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Solenidade repleta de emoção marca o aniversário de 102 anos do Sindicato

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Solenidade de 102 anos do Sindicato

Nesta quarta-feira, 16 de abril - dia em que o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região completa 102 anos de lutas, conquistas e defesa da democracia - foi realizada uma emocionante solenidade na sede da entidade, localizada no histórico Edifício Martinelli.

Lideranças de diversas entidades de luta dos bancários e da classe trabalhadora como um todo; das centrais sindicais; de movimentos sociais; e autoridades marcaram presença no evento, além de militantes históricos do Sindicato, que contribuíram com a trajetória centenária da entidade. Bancários e bancárias de base, assim como financiários e financiárias, também prestigiaram a celebração pelos 102 anos do Sindicato, que lotou os dois auditórios da sua sede.

A solenidade teve início com a atual presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, saudando a todos os presentes e convidando para subirem ao palco os ex-presidentes da entidade: Gilmar Carneiro (1988 a 1994); Ricardo Berzoini (1994 a 2000); Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2010); Juvandia Moreira (2010 a 2017); e Ivone Silva (2017 a 2023). João Vaccari, que presidiu a entidade entre 2000 e 2005, não pode comparecer.

Também foram citados, in memoriam, os ex-presidentes Augusto Campos (1979 a 1985) e Luiz Gushiken (1985 a 1988).

“Não é todo dia que uma entidade como a nossa faz 102 anos. Estamos aqui para honrar o Sindicato, honrar toda a sua história, a sua tradição de lutas, para homenagear as lideranças que passaram por aqui, que estão nas páginas da nossa Convenção Coletiva de Trabalho e dos livros de história”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato, e os ex-presidentes da entidade (Foto: Seeb-SP)

Ricardo Berzoini

Ao iniciar sua fala, Ricardo Berzoini, que presidiu o Sindicato entre 1994 e 2000, lembrou-se dos tempos em que integrava a diretoria do Sindicato. “Passei mais tempo nesse auditório e na Quadra do que em boa parte das casas onde eu morei.”

“O Sindicato teve toda uma trajetória de luta pelo desenvolvimento nacional, pela organização sindical, pelos direitos humanos e também contra a ditadura militar. O Sindicato foi fundamental, mesmo antes do PT, para fortalecer os partidos comprometidos com a luta da classe trabalhadora e com a defesa da democracia”

Ricardo Berzoini

Luiz Cláudio Marcolino

Por sua vez, Luiz Cláudio Marcolino, que presidiu o Sindicato entre 2005 e 2010 e hoje é deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo, mencionou a unidade construída pelo Sindicato e pelo conjunto do movimento sindical bancário.

“Quando vamos para uma mesa de negociação, nossa preocupação tem de ser com todo o conjunto da categoria. O que garante a nossa unidade é que o direito do bancário seja igual no Brasil todo. O nosso Sindicato, nesse contexto, sempre teve um papel muito importante. Mesmo sendo o maior sindicato, respeitamos as diferenças de cada um dos sindicatos para construirmos a nossa unidade”

Luiz Cláudio Marcolino

Juvandia Moreira

Já Juvandia Moreira, primeira mulher a presidir o Sindicato, que liderou a entidade entre 2010 e 2017, afirmou que presidir o Sindicato foi “a coisa mais importante que já fez em toda a vida”.

“A coisa mais importante que já fiz na minha vida foi presidir o Sindicato. A primeira mulher a presidir um sindicato com o peso histórico do nosso. Nosso Sindicato sempre foi voltado também para fora, sempre pensamos o país. Nossa história é de lutas por jornada, por qualidade de vida, pelo direito de organização. Estamos presentes em todas as lutas do nosso Brasil (...) Fomos perseguidos e resistimos para defender a democracia mais uma vez. Nós somos luta e resistência”

Juvandia Moreira

Ivone Silva

Na sua intervenção, Ivone Silva, primeira mulher negra a presidir o Sindicato, entre 2017 e 2023, destacou a importância das lideranças que a antecederam terem pavimentado a organização e o ímpeto de luta do Sindicato, e da categoria como um todo, para que ela pudesse enfrentar o desafio de liderar os bancários e financiários de São Paulo, Osasco e Região durante a pandemia de Covid-19.  

“Foi a nossa história, a nossa organização, a construção da Contraf-CUT, que pavimentou esse caminho e permitiu que, na pandemia de Covid-19, nós sentássemos em um dia na mesa de negociação e, no outro, grande parte da categoria bancária já estivesse trabalhando de casa”

Ivone Silva

Gilmar Carneiro

Gilmar Carneiro foi homenageado na solenidade de 102 anos do Sindicato (Foto: Seeb-SP)

Por fim, chegou o momento de celebrar o grande homenageado da solenidade dos 102 anos do Sindicato: Gilmar Carneiro, que presidiu a entidade entre 1988 e 1994, que resgatou o Sindicato, após uma intervenção, para a luta em defesa dos bancários, da classe trabalhadora e da democracia.

Liderança fundamental para a fundação da CUT, Gilmar Carneiro se emocionou ao lembrar das articulações para a criação da que hoje é a maior central sindical brasileira e uma das maiores do mundo.

“Logo que fizemos a CUT, mataram Chico Mendes, que era fundador da CUT. Fizemos, na CUT, uma campanha internacional que ganhou o mundo. Quando se mata um camponês no meio da Amazônia e o mundo todo fica sabendo e se indigna, essa luta ganha o mundo, isso quer dizer que não se pode mais matar qualquer pessoa. Isso é cidadania. Isso é a CUT”, destacou Gilmar.

Por fim, muito emocionado, Gilmar deixou uma mensagem para todas as lideranças, dirigentes e militantes do Sindicato.

“Estamos vivendo uma luta de classes aguda, no Brasil e no mundo. Nosso desafio é discutir a cidadania. Vivemos um debate, que vai acontecer ano que vem com as eleições, que vai ser um momento muito importante para as nossas vidas. Nós temos o desafio de avançar defendendo um país plural, democrático e participativo (...) Tenho uma vida toda vinculada ao Sindicato. Nós todos, vocês todos que estão aqui, somos a história viva do Brasil. Tenho que viver pelo menos até o Lula ser reeleito e a gente fazer um trabalho de base tão importante para que possamos consolidar a democracia no Brasil”

Gilmar Carneiro

Gilmar Carneiro recebe placa em sua homenagem das mãos de jovens dirigentes do Sindicato (Foto: Seeb-SP)

Neiva Ribeiro

Após a fala de Gilmar Carneiro, que fez com que todos o aplaudissem de pé, emocionados, a atual presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, que está a frente da entidade desde 2024, fez a fala de encerramento da solenidade.

“Para mim é uma honra fazer parte desse Sindicato. É uma responsabilidade muito grande presidir o Sindicato depois do Luiz Cláudio, do Berzoini, do Vaccari, do Gilmar, da Juvandia, da Ivone, e manter nosso Sindicato sempre atuante, imponente, se modernizando. Todos os dias, quando estamos discutindo sobre os novos desafios e estratégias, a gente recorre a nossa história. As dificuldades vão mudando, mas a luta de classes permanece. As disputas se intensificam, mas a nossa força é a nossa unidade, a nossa capacidade de mobilização, a nossa compreensão da conjuntura e saber que é na base que a gente vai vencer os desafios”, concluiu a presidenta do Sindicato.

Após a solenidade, foi realizada uma confraternização reunindo bancários, financiários e todas as lideranças presentes na solenidade de 102 anos do Sindicato.

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