
Nesta quarta-feira 16, o Sindicato dos Bancários de São Paulo celebra 102 anos de história, de lutas e de conquistas para a categoria bancária, e em defesa da democracia. Com 10 anos de existência, em 1933, a entidade já havia garantido a jornada de seis horas. E não parou mais de avançar em novas conquistas e a olhar para o futuro.
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- 16 de abril: 102 anos de história do Sindicato
“De 2004 a 2024, a mobilização e a organização dos bancários ao lado do Sindicato garantiram aumentos salariais acima da inflação, assegurando, no período, ganho real de 22,3%. No piso, esse aumento foi ainda maior:78,7%. Assim como nos vales-refeição, 37,3% e alimentação 38,9%”, lembra a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro. “Em 2024, nossa organização e mobilização garantiram aos bancários aumento real de 0,9%, mais 1% de aumento real em 2025, além da conquista de novos direitos”, acrescenta.

2024: mais conquistas
Somente em 2024, a Campanha Nacional dos Bancários conquistou dez novas cláusulas que representam avanços no combate ao assédio moral, ao assédio sexual e a outras formas de violência no trabalho; compromisso com a isonomia salarial entre homens e mulheres; promoção do acesso e permanência de pessoas LGBTQIA+ nos bancos; iniciativas de requalificação para que os trabalhadores se adaptem às mudanças tecnológicas; requalificação e capacitação para o ingresso de mais mulheres na área de TI; realização de um novo Censo da Diversidade, dentre outras (leia mais aqui).
Essas conquistas se somam às mais de 100 cláusulas já garantidas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), das quais 85% preveem direitos acima do que determinam as leis trabalhistas. Um exemplo de contrato entre patrões e empregados, e que assegura aos funcionários de bancos públicos e privados vales alimentação e refeição, 13ª cesta, auxílio-creche/babá, PLR, complementação salarial aos afastados por doença, auxílio para requalificação profissional, entre outros direitos.
Pioneiros na PLR e outros direitos
Além disso, os bancários foram a primeira categoria no Brasil a ter garantido em acordo o direito à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a promoção da igualdade de oportunidades, a licença-maternidade de 180 dias, paternidade de 20 dias, um instrumento de combate ao assédio moral e centros de realocação e requalificação profissional nos bancos, com o objetivo de evitar demissões.
Forjado nas dificuldades
Tudo isso e muito mais conquistado ao longo dos 102 anos de história do Sindicato. Um caminho permeado por momentos difíceis para a categoria, os trabalhadores e o país.
Dente os que merecem ser lembrados estão as duas intervenções da entidade, em 1935 e 1983, causadas pela defesa dos direitos dos bancários, e também pela atuação da entidade em favor do conjunto da classe trabalhadora e da democracia.

Em 1983 também foi o ano da criação da CUT. Em 1979 a atual corrente que lidera a categoria era ainda oposição e defendia dois pontos básicos para romper com o isolamento dos trabalhadores e centralizar suas demandas: luta pela independência sindical em relação aos patrões e ao Estado, e a luta por uma central única dos trabalhadores. A CUT nasceu em agosto de 1983.

Nos anos 90, os ventos neoliberais atingiram o país. Com ele veio onda de privatizações dos bancos públicos. O Sindicato travou uma dura luta em defesa do Banespa e dos outros bancos públicos.
Mais recentemente, em 2016 o país sofreu um golpe parlamentar, que levou Michel Temer ao poder e viabilizou uma onda de ataques aos direitos dos trabalhadores.

Na sequência, o governo Bolsonaro chegou ao poder. Período marcado por mais ataques contra os trabalhadores e pela gestão desastrosa da pandemia, que levou mais de 700 mil brasileiros a perderem a vida para a Covid-19.
Durante aquele período, o Sindicato atuou fortemente para defender as vidas dos bancários, por meio da cobrança de vacinas, e para mantê-los seguros trabalhando em casa – mais de 230 mil trabalhadores de bancos permaneceram em home office durante a pandemia.
Futuro que queremos
A experiência adquirida nos mais de 100 anos de existência e de dificuldades prepararam a entidade para as lutas do presente e do futuro, avalia Neiva.
“A nossa história fala por si. Temos um passado e um presente que nos orgulha. Uma trajetória repleta de conquistas que resultaram em mais direitos e melhor remuneração para os trabalhadores bancários. Estamos nos preparando para o futuro e para os desafios que nos esperam, como avançar na jornada de 4 dias; a luta contra precarização das relações de trabalho, pelo emprego decente e por melhores condições de trabalho, com o fim do assédio moral e da sobrecarga de trabalho; a defesa dos bancos públicos e a regulamentação do sistema financeiro.”

“Neste aniversário de 102 anos do nosso Sindicato, parabenizo a todos os bancários e bancárias, financiários e financiárias, que trilharam conosco esse caminho, e ajudam e ajudaram a construir esta que é uma das mais importantes entidades sindicais do mundo. Nossa força vem da união, da mobilização e da organização da categoria bancária. O Sindicato acredita que, juntos, construímos o futuro que queremos. Venha fazer parte desta luta”, afirma Neiva.
