Na segunda-feira 27, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) promoveu a audiência pública O impacto da reforma da Previdência para as mulheres. No evento foi apresentado balanço detalhado sobre cada ponto da proposta de reforma (PEC 06/2019) do governo Bolsonaro, demonstrando que os direitos dos trabalhadores, em especial das mulheres, estão seriamente ameaçados.
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"As mulheres, de maneira geral, ficam mais tempo desempregadas, mais tempo cuidando dos filhos, mais tempo cuidando do idoso. Então, elas param, saem do mercado de trabalho e voltam com salários menores", explicou a presidenta da Contraf-CUT e ex-presidenta do Sindicato, Juvandia Moreita.
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Portanto, a criação de um modelo único de aposentadoria com exigência de 20 anos de contribuição, 40 anos para benefício integral, além de idade mínima, como propõe a PEC 6/2019, prejudicaria ainda mais as mulheres.
De acordo com o ex-ministro da Saúde e hoje deputado federal, Alexandre Padilha , a proposta "destrói a Previdência pública". Para ele, ao contrário do que o governo defende, a proposta também não ataca os privilégios.
"Se a proposta já é cruel, ela é mais cruel sobre as mulheres. No caso das professoras, por exemplo, é a única categoria que Bolsonaro equipara inclusive a idade mínima pra se aposentar entre homens e mulheres. Sendo que as professoras trabalham não só nas escolas, mas tem o trabalho doméstico, tem que corrigir as provas e trabalhos dos alunos em casa, ou seja, é desrespeitar o trabalho quase quádruplo das professoras", enfatizou Padilha.
Já para a ex-ministra da Secretaria Especial das Mulheres, Eleonora Menicucci de Oliveira, ao tirar a Previdência da Constituição, a proposta de reforma fere os direitos humanos e precariza ainda mais o trabalho feminino, que corresponde a 51% da força de trabalho do país.
Pressione!
A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) criou uma ferramenta para facilitar o envio de mensagens contra a reforma da Previdência aos parlamentares. Além disso, os cidadãos ainda podem votar "discordo totalmemente" na consulta pública aberta pela Câmara dos Deputados sobre a PEC 6/2019.
A CUT também reformulou o hotsite Na Pressão, que facilita o envio de mensagens aos parlamentares. Para cada etapa de tramitação da reforma da Previdência (PEC 6/2019), o Na Pressão terá uma campanha específica para os trabalhadores enviarem mensagens aos deputados reivindicando deles a não aprovação da matéria.