O Banco do Brasil (BB) obteve lucro líquido ajustado de R$ 3,39 bilhões no primeiro trimestre de 2020, uma queda de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse ínterim, o BB fechou 3.810 postos de trabalho (ao fim de março deste ano, o banco tinha 92.757 funcionários), 348 agências e 27 postos de atendimento bancário.
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No período de 12 meses, as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 4%, alcançando R$ 7,06 bilhões. Já as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, caíram 1,46% entre março de 2019 e o mesmo mês deste ano, totalizando R$5,67 bilhões. Com isso, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do BB foi de 124,48% no primeiro trimestre de 2020, um crescimento de 5,55 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
“Ao aumentar a arrecadação com tarifas e prestação de serviços, o banco age como um banco privado e prejudica seus clientes. Além disso, não dá a devida contrapartida, pois reduz o número de funcionários e de agências, afetando a qualidade do atendimento”, enfatiza João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). “Mais do que arrecadar, um banco público deveria estar preocupado em atender bem o público, aumentar a bancarização da população e permitir que todos tenham acesso aos serviços bancários”, completa Fukunaga.
Segundo o banco, destacam-se no resultado o aumento de 32,9% das provisões para devedores duvidosos (PDD), especialmente no setor de crédito para pessoa física, e o crescimento da margem financeira bruta de 9,9% entre março de 2019 e o mesmo mês deste ano. Já a rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido – RPSL) do BB em 12 meses ficou em 10,5%.
Outros números
A carteira de crédito ampliada teve crescimento de 5,81% em doze meses, totalizando R$ 725,13 bilhões, um crescimento de 6,52% em relação ao trimestre anterior. Já o crédito para Pessoa Jurídica teve crescimento de 5,9% em relação ao início de 2019, totalizando R$ 272,95 bilhões, com crescimento significativo nas linhas de crédito para governos (19%) e nas linhas de financiamento para Micro, Pequenas e Médias Empresas (elevação de 12% no período). As linhas de financiamento para grandes empresas encolheram em 3% nos últimos 12 meses.
Já o crédito para Pessoa Física cresceu 9% em doze meses, totalizando R$ 218,4 bilhões. Os destaques foram os empréstimos pessoais (alta de 36%), o crédito renegociado (19,9%) e o crédito consignado (elevação de 16,2%). As linhas de financiamento a veículos caíram 10,5% em doze meses enquanto o cheque especial caiu 7,5% no período.
A carteira do Agronegócio (que representa 55,2% do segmento no país) caiu 1,5% em doze meses, com alta de 1,4% em relação ao fim de 2019, chegando a R$181,88 bilhões. As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) subiram 32,90% no período, totalizando cerca de R$ 6,60 bilhões. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 3,17%, um crescimento de 0,55 ponto percentual em relação a março de 2019, mas ainda inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,20%).