Nem com a venda de ativos promovida pelo governo Bolsonaro, nem economizando com ataques aos direitos dos empregados, tampouco ao aplicar o teto no tempo do governo Temer no Saúde Caixa, nem deixando de pagar a PLR Social corretamente. Todos esses ataques à Caixa e aos seus empregados não foram suficientes para que, durante o governo Bolsonaro, o lucro do banco público fosse superior ao registrado nos governos eleitos anteriores.
Nesta quinta-feira 13, em Maceió, Jair Bolsonaro disse, de forma difamatória e caluniosa em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que “lá atrás, com aquele ladrão de nove dedos, a Caixa dava prejuízo”. A verborragia, além de insultuosa, é mentirosa. No governo Lula (2003-2010), com o deflator do IPCA do IBGE aplicado, o lucro líquido da Caixa foi de R$ 39,707 bilhões (vide gráfico abaixo). Ou seja, longe de a Caixa ter dado prejuízo. Pelo contrário.
Nos anos de mandato de Dilma Rousseff (2011-2016), o montante foi ainda maior: R$ 51,015 bilhões, contra R$ 35,177 bilhões da era Bolsonaro (2019-2020).
"O governo Bolsonaro ou parece não saber fazer conta, ou está usando a Caixa para fazer embate político e ideológico. O que a atual gestão sabe bem é abocanhar a PLR Social dos empregados, retirar direitos históricos dos trabalhadores e aplicar o teto de gasto no Saúde Caixa, reduzindo a responsabilidade do banco com o plano, como feito no governo Temer. Este lucro da Caixa na atual gestão é resultado da venda de ativos e de uma economia do governo federal às custas de ataques em série ao banco público e aos empregados", enfatiza Dionísio Reis, diretor do Sindicato e empregado da Caixa.
Lucratividade mesmo com conquista dos trabalhadores
Nos governos Lula e Dilma, a Caixa criou diversas modalidades de crédito popular, além de ter dobrado o número de empregados e de agências e garantido uma série de conquistas aos trabalhadores.
"Naquele tempo, tínhamos o Minha Casa, Minha Vida para os salários mais baixos, e o crédito imobiliário era comandado todo mês pela Caixa. Nos governos Lula e Dilma, o número de empregados saltou de aproximadamente 53 mil para 100 mil, praticamente o dobro. Os empregados conquistaram, ainda, direitos da categoria bancária, como o vale alimentação e a PLR, entre 2003 e 2004, ano também em que obtiveram no Saúde Caixa custeio das despesas administrativas pela Caixa e as despesas de assistência em saúde distribuída 70% para o banco e 30% para os empregados. Conquistaram, ainda, a ampliação do piso e do teto salarial com isonomia no PCS2008, e veio também a promoção por mérito. E em 2010, conquistaram a PLR Social, que com 4% do lucro líquido premia os empregados pelo papel que desempenham para a sociedade brasileira", acrescenta Dionísio.
"Entre 2003 e 2010, mesmo com todos estes direitos conquistados, os empregados construíram um resultado de R$ 4,530 bilhões superior ao da atual gestão Bolsonaro/PauloGuedes/Pedro Guimarães, que vem lucrando com a venda de partes da Caixa e descapitalizando o banco, além do surrupio da PLR Social dos empregados", finaliza o dirigente.
> Confirmadas as previsões: IPO não serve ao banco público