A categoria bancária é uma das que mais sofre com a pressão no ambiente de trabalho. Por isso, nesta segunda-feira 2 de maio, Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região reforça que o trabalhador deve procurar a entidade e denunciar situações de assédio.
“Desde 2010, temos um Canal de Denúncia contra o assédio moral. Isso foi uma conquista da nossa campanha e está clausulado na nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Esse canal garante o sigilo do denunciante e ainda estabelece prazos para que o banco responda à denúncia”, informa a secretária de Saúde do Sindicato, Valeska Pincovai.
“O assédio moral é institucionalizado nos bancos. É fruto da pressão pelo cumprimento de metas, na maioria das vezes abusivas, do clima de competição entre colegas incentivado pelo banco, do conceito de 'meritocracia' introjetado entre os trabalhadores, entre outros fatores. Já conquistamos cláusulas importantes na nossa CCT para combater isso, como a proibição de divulgação de ranking de performance, por exemplo. Mas o combate ao assédio deve ser constante porque ele faz parte da forma de gestão das instituições financeiras. E para isso, é fundamental que os trabalhadores nos procurem sempre que estiver sendo vítima de situações de assédio ou presenciar colegas sendo vítimas”, reforça a dirigente.
O que é assédio moral
O assédio moral se caracteriza por atitudes abusivas e repetidas que afetam a dignidade do trabalhador. Expor o trabalhador na frente de colegas, fazer chacota com o trabalhador, falar coisas desrespeitosas, isolar o trabalhador, deixar sem função são alguns exemplos de assédio.
O abuso causa sofrimento psíquico e leva a sérios danos de saúde, mental e física. Pode levar à depressão, insônia, síndrome do pânico, aumento ou perda de peso, aumento da pressão arterial, gastrite, palpitações e até mesmo à síndrome de burnout, que é uma doença estritamente relacionada ao trabalho, É mais comum o assédio partir de um superior hierárquico, mas isso não é regra, e pode também partir de um colega.
O caminho, ressalta Valeska, é sempre procurar ajuda. “A pior coisa que a vítima de assédio pode fazer é ficar sozinha e calada, porque isso aumenta seu sofrimento mental. Então denunciar, pedir ajuda, verbalizar é o primeiro passo na busca por resolver o problema e por saúde emocional, mental e física.”