Desde que foi implementado na Caixa, em outubro de 2020, sob o governo Bolsonaro e a gestão Pedro Guimarães, o PQV (Programa de Incentivo às Práticas de Vendas Qualificadas) é criticado pelos empregados do banco e combatido pelo movimento sindical, que sempre cobrou a revogação/revisão do normativo, o CR444. Nesta terça-feira 16, foram anunciadas mudanças no PQV, mas surpreendentemente para pior.
Além da previsão de aplicar os apontamentos de conduta, com sérias restrições às chances de defesa por parte do empregado, a nova versão da norma prevê a possibilidade da aplicação de penalidades mais rígidas quando a “pontuação” do empregado é inferior à 90 pontos (a chamada “faixa de verificação”).
Na versão anterior, o empregado estava na “faixa de verificação” quando sua pontuação era inferior aos 70 pontos. As penalidades previstas nesta faixa também foram ampliadas: além de ter sua situação avaliada pela Corregedoria, que decide se abrirá ou não um Processo Disciplinar, e dos impactos no bônus Caixa e nos PSI's, o empregado sofre impacto em sua premiação e notificações da chefia.
A faixa anterior, denominada de “faixa de alerta”, também teve suas penalidades ampliadas: o empregado cuja pontuação estiver compreendida nesta faixa, que vai dos 90 aos 94,99 pontos, fica sujeito a assinar um Termo de Compromisso e tem um deflator nas premiações de campanhas.
A alteração do normativo manteve também a chamada “Comissão de Avaliação e Enquadramento”, instância que delibera pelas punições, sem a presença de qualquer membro da rede.
Outro instrumento de terror, o apontamento de conduta continua sendo aplicado. Herança dos governos Temer e Bolsonaro, o apontamento de conduta é utilizado para realizar o descomissionamento sem que o empregado a incorpore a gratificação de função, e sempre foi questionado pelo movimento sindical, que cobra da presidenta da Caixa sua imediata revogação.
“São muitas as heranças malditas deixadas pelas últimas gestões na Caixa: falta de empregados, funções por minuto, fatiamento da Caixa em subsidiárias, sucateamento das áreas de infraestrutura e dos equipamentos e mobiliários. O PQV e os apontamentos de conduta são ferramentas de assédio institucional que também permanecem e precisam ser revistos com urgência”, destacou Luiza Hansen de Arruda, dirigente do Sindicato e da Apcef/SP.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, informou que ainda nesta terça-feira 16, a CEE irá se reunir com a representação dos empregados para definir como irá tratar sobre este tema com o banco. A reunião da CEE está marcada para acontecer a partir das 18h, por plataforma eletrônica de videoconferência.