2024 é um ano muito importante para a categoria bancária. Ano de Campanha Nacional Unificada dos Bancários, com muita luta em defesa dos direitos, por valorização e novas conquistas na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Em paralelo, neste ano também serão realizadas as eleições municipais, nas quais serão eleitos prefeitos e vereadores.
Estes dois eventos, aparentemente isolados, se relacionam pelo fato de que os bancários, assim como todo o conjunto dos trabalhadores, são impactados por decisões do executivo e legislativo, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.
Por isso, na Consulta Nacional – na qual bancários e bancárias apontam suas prioridades na Campanha Nacional 2024 – foi incluída uma pergunta sobre a importância de eleger candidatas e candidatos comprometidos com as pautas dos trabalhadores para as prefeituras e câmaras municipais.
O exemplo do Congresso
Desde o golpe de 2016, os trabalhadores brasileiros sofreram duros e seguidos ataques aos seus direitos. Entre eles, as reformas da Previdência e Trabalhista. A aprovação destes projetos – que afetaram negativamente todos os trabalhadores, incluídos os bancários - só foi possível graças a uma configuração extremamente neoliberal do Congresso Nacional.
No caso da reforma trabalhista, no governo de Michel Temer, o projeto foi aprovado no Senado com 50 votos a favor e 26 contrários. Só oito partidos orientaram voto contra a reforma trabalhista: PT, PDT, Psol, PCdoB, Rede, PSB, SD e PMB.
Já na reforma da Previdência, no governo Bolsonaro, dos 81 senadores, 60 votaram a favor do projeto. Apenas PT, Rede, PSB e PDT orientaram suas bancadas a votarem contra o projeto.
Ainda no governo Bolsonaro, os bancários tiveram ainda de se mobilizar para defender seus direitos de diversos ataques do Executivo em forma de medidas provisórias enviadas ao Congresso e, para isso, além da mobilização da categoria, contaram com a atuação de parlamentares alinhados com os interesses dos trabalhadores.
Dentre estes ataques aos direitos dos bancários destacam-se a MP 936, que pretendia ampliar a jornada dos bancários de 30 para 40 horas semanais; a MP 905, que pretendia liberar o trabalho dos bancários aos sábados; e a MP 1045, que retirava, por meio de acordo individual ou coletivo, a jornada de seis horas dos bancários, reduzindo o adicional das horas extras. Os itens foram derrubados das MPs após forte mobilização.
“O movimento sindical atua em várias frentes: mobilização nas ruas e redes; negociação; e também na articulação política com parlamentares e executivo. Por vezes, como no caso da reforma trabalhista, conseguimos preservar direitos, que seriam retirados através de mudanças legislativas, por meio da negociação da Convenção Coletiva de Trabalho. Porém, quanto mais favorável for a conjuntura política para os trabalhadores, mais espaço e fôlego temos para defender nossos direitos e obter novas conquistas. Portanto, é fundamental elegermos candidatas e candidatos comprometidos com os trabalhadores”, conclui a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.