
Durante o 5º Congresso da Confederação Sindical das Américas (CSA), realizado na República Dominicana, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) assumiu, pela primeira vez, a presidência do Comitê de Mulheres Trabalhadoras das Américas (CMTA). A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Amanda Corcino, foi eleita para liderar o Comitê.
A Confederação Sindical das Américas (CSA) é a organização sindical regional mais importante das Américas. Fundada em 2008, na Cidade do Panamá, possui como afiliadas 48 organizações nacionais, de 21 países, representando 55 milhões de trabalhadores.
"Parabenizo a companheira Amanda Corcino pela eleição para liderar o Comitê de Mulheres Trabalhadoras das Américas, na CSA, e desejo muito sucesso nesta nova missão. O Sindicato - que tem como bandeira de luta e trabalha pela equidade entre homens e mulheres no trabalho, espaços de poder e na vida como um todo - estará a disposição para apoiá-la em tarefa tão importante"
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
O Comitê de Mulheres é um órgão consultivo da CSA, com status equivalente ao de uma secretaria, e tem a missão de assessorar o Conselho Executivo nas políticas de gênero.
“É uma tarefa importante, porque os desafios das mulheres trabalhadoras são os mesmos em toda a região. A luta por igualdade salarial, contra o assédio e a violência, inclusive nos locais de trabalho, ainda é uma urgência comum”, destacou Amanda.
A eleição de Amanda ocorre em um contexto inédito na história da CSA. Pela primeira vez, o Congresso da entidade contou com maior número de mulheres do que de homens entre os delegados e delegadas. “A paridade de gênero, que já um princípio da CSA, foi não apenas respeitada, mas superada na prática, o que significa um avanço significativo”, destacou a dirigente. “Essa paridade precisa avançar também nas nossas organizações sindicais nacionais. A CUT e e outras centrais já têm a paridade, mas ainda temos muito a fazer para que isso seja realidade em toda a região”, completou Amanda.
Integração e democracia
A nova presidenta do comitê destacou que os desafios enfrentados pelas mulheres trabalhadoras são semelhantes em todos os países das Américas. “As lutas seguem sendo por igualdade salarial, pelo fim do assédio e da violência no trabalho, pela ratificação da Convenção 190 da OIT e pelo fortalecimento da nossa presença nas estruturas de poder”, afirmou.
Em sua intervenção no plenário, na última sxeta-feira, Amanda também reforçou o papel das mulheres na defesa da democracia, especialmente diante do avanço de projetos autoritários na América Latina.
“A extrema direita e o neofascismo têm avançado sobre direitos conquistados. As mulheres, que já ocupam os postos mais precarizados e recebem os menores salários, são as primeiras a sentir os efeitos do retrocesso”, declarou.
Ela lembrou ainda que a luta democrática precisa ser pensada em termos regionais. “Se temos democracia no Brasil, mas vivemos retrocessos em países vizinhos, como Argentina ou Paraguai, isso afeta toda a região. Por isso, a luta pela democracia precisa ser continental, articulada e coletiva”, completou.
Congresso
O Congresso da CSA homenageou o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, reconhecido por sua trajetória em defesa da justiça social e dos direitos humanos. Com a maior delegação no evento, a CUT teve papel decisivo na articulação entre todas as entidades participantes.
Também na sexta-feira 16, foi eleito o secretariado (instância conhecida na estrutura da CUT como Diretoria Executiva) da CSA . Rafael Freire, da CUT, foi reconduzido por unanimidade ao cargo de Secretário-Geral da entidade.
