São Paulo – A dificuldade que algumas pessoas encontram ao tentar financiar um carro novo pode estar relacionada à chamada “lista negra” formada por bancos e financeiras. O ranking restringe o acesso ao crédito a consumidores que recorreram à Justiça para reivindicar as cobranças abusivas a que foram vítimas nos contratos de empréstimos. As informações são compartilhadas entre as instituições financeiras.
Mesmo aqueles que possuem o nome limpo – não consta no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) ou Serasa – ou que tiveram ganho de causa na Justiça continuam na lista, como é o caso da servidora pública Lúcia de Lourdes Pereira, 53 anos. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, ela explicou que teve seu pedido de financiamento negado em duas revendedoras de automóveis, após ter enviado informações para cinco instituições financeiras. “Comentei se seria por causa de uma ação que movi contra o banco Itaú no ano passado reivindicando a cobrança de taxas ilegais, e os dois funcionários responderam que com certeza era isso, que eu estava numa lista negra que é distribuída para todas as financeiras e que onde eu for terei o crédito negado”, conta ela.
As instituições cobram taxas abusivas para concessão de financiamentos e empréstimos, como a de abertura de crédito, a TAC, ou a título de serviços jurídicos ou serviços de terceiros, o que deixa a dívida mais cara.
De acordo com o que consta no Código de Defesa do Consumidor (CDC), além de ser ilegal repassar informação depreciativa do consumidor no exercício de seus direitos, caso de quem vai à Justiça; não é permitido recusar o fornecimento de produto ou serviço se não for devidamente comprovado o motivo.
Para Juvândia Moreira, presidenta do Sindicato, critica a prática. “As instituições financeiras, que cuidam do dinheiro da população, devem contribuir com o crescimento econômico por meio do financiamento da produção e do acesso ao crédito ao alcance de todos”, completa.
Esse tipo de atuação dos bancos e financeiras vai, ainda, contra as ações do governo federal, de apostar na política de concessão de crédito para garantir o crescimento econômico.
Redação, com informações do Correio Braziliense - 18/5/2012
Linha fina
Consumidor que já acionou Justiça para questionar contratos não consegue aprovação de financiamento
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