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E a responsabilidade social, Itaú?

Linha fina
Sindicato realiza protesto para expor política do banco patrocinador da Copa do Mundo, que atingiu maior lucro da história por meio da redução de empregos e deterioração das condições de trabalho
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São Paulo – O Itaú é o banco oficial da Copa do Mundo e investiu em campanhas publicitárias milionárias para explorar ao máximo o patrocínio. No entanto, uma faceta perversa e pouco conhecida da instituição se esconde por trás dos comerciais carregados de emoção e com produção impecável.

Atualmente o Itaú é o principal banco privado brasileiro, tendo lucrado R$ 15,7 bilhões em 2013, o maior da história no país. E em 2014, a usura segue ávida. Só nos três primeiros meses deste ano a instituição lucrou R$ 4,5 bilhões.

Mas o acúmulo dessa fortuna não se concretizou em retornos para a sociedade. De maio de 2013 a maio deste ano, o Itaú cortou 2.579 postos de trabalho.

A dirigente sindical Valeska Pincovai afirma que a diminuição do número de funcionários gera sobrecarga de trabalho nos bancários remanescentes, o que, por sua vez, se traduz em precariedade no atendimento ao cliente, cobrança por metas inatingíveis e assédio moral.

“Isso mostra que a responsabilidade social do banco só existe nos comerciais milionários. Patrocinando a Copa, o Itaú tenta mostrar que investe no país, mas a sua postura de demitir e explorar pais e mães de família comprova o contrário”, acrescenta.

Contra demissões – Por esses motivos, o Sindicato lançou uma contracampanha para denunciar a política do banco, de lucros estratosféricos por meio da redução de custos – com as demissões –, acobertada por campanhas publicitárias suntuosas.

As dispensas não são o único artifício utilizado pelo Itaú para alcançar o maior lucro da história financeira do país. O banco inventou novo modelo de agência na qual é dispensada qualquer medida de segurança, como vigilantes armados ou portas de segurança com detector de metal.

Outra nova política do banco é o horário diferenciado de algumas unidades bancárias, o que obriga os bancários a trabalharem até 22h e muitas vezes os impede até de almoçar.

“Um banco que lucra tanto deveria investir mais no desenvolvimento do país, investir de verdade em atendimento de qualidade, mas o que vemos são agências lotadas, filas enormes, falta de segurança, tarifas altíssimas e discriminação ao cliente. Queremos qualidade de vida e respeito aos trabalhadores. Isso sim muda o jogo!”, protesta a dirigente Valeska Pincovai.


Rodolfo Wrolli – 10/6/2014

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