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São Paulo – Visões bem diferentes sobre o mesmo tema. No seminário realizado pela federação dos bancos, na segunda-feira 8, mais uma vez ficou claro que as tendências das novas tecnologias têm papel e consequências distintos para empregados e empregadores. Os dois debatedores – um indicado pela Febraban e outro pelo representantes dos bancários – trataram de mundos praticamente opostos. De um lado, possibilidades e avanços. De outro, a dura realidade dos locais de trabalho e a reclamação dos clientes, que refletem outro universo.
André Accorsi, pesquisador do Centro 28 de Agosto, do Sindicato, comprovou – por meio de levantamento feito junto à base de dados do Banco Central entre 2009 e 2014 –que os grandes investimentos dos bancos em tecnologia não têm se traduzido em satisfação dos clientes, tampouco em melhorias nas condições de trabalho dos bancários, ou em mais igualdade de oportunidades.
Os cinco maiores bancos brasileiros concentram 87% das agências do país, o que revela um mercado fortemente oligopolizado, algo que dificilmente colabora para uma prestação de serviço mais equilibrada. Itaú, Santander, Bradesco e Safra estão entre os que mais investem em tecnologia e igualmente entre os mais reclamados. O setor, aliás, soma mais de um milhão de queixas junto a órgãos de defesa do consumidor desde 2002. “Com toda tecnologia já desenvolvida, aparentemente o cliente bancário não se sente atendido por esse serviço”, reforçou Accorsi. Para o pesquisador, é preciso discutir de que maneira se dá a aplicação dessas inovações. “Fala-se em tecnologia para diminuir diferenças, mas em 1994 a diferença salarial entre homens e mulheres era de 21% e hoje é maior 24%. A tecnologia não diminuiu essa diferença e muitas outras.”
Futuro – A explosão da tecnologia na criação de novos modelos de negócios foi abordada pelo vice-presidente da Gartner Research, Cassio Dreyfus. Com exemplos sobre a integração das informações do mundo físico e digital nas áreas de educação, saúde, trabalho, vida pessoal, o executivo demonstrou os benefícios e funcionalidades proporcionais pela tecnologia da informação, sem deixar claro como fica a mão de obra envolvida em todos esses processos ou o sigilo de dados exigido por uma série de transações, principalmente no mundo financeiro.
“Sabemos da importância da tecnologia para o presente e o futuro em todos os setores. Mas não podemos esquecer que o mundo é movido por relações humanas e assim deve ser. A tecnologia tem de funcionar para o bem da sociedade e não para enriquecer somente alguns setores e aumentar ainda mais a concentração de renda”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Cláudia Motta - 8/6/2015
André Accorsi, pesquisador do Centro 28 de Agosto, do Sindicato, comprovou – por meio de levantamento feito junto à base de dados do Banco Central entre 2009 e 2014 –que os grandes investimentos dos bancos em tecnologia não têm se traduzido em satisfação dos clientes, tampouco em melhorias nas condições de trabalho dos bancários, ou em mais igualdade de oportunidades.
Os cinco maiores bancos brasileiros concentram 87% das agências do país, o que revela um mercado fortemente oligopolizado, algo que dificilmente colabora para uma prestação de serviço mais equilibrada. Itaú, Santander, Bradesco e Safra estão entre os que mais investem em tecnologia e igualmente entre os mais reclamados. O setor, aliás, soma mais de um milhão de queixas junto a órgãos de defesa do consumidor desde 2002. “Com toda tecnologia já desenvolvida, aparentemente o cliente bancário não se sente atendido por esse serviço”, reforçou Accorsi. Para o pesquisador, é preciso discutir de que maneira se dá a aplicação dessas inovações. “Fala-se em tecnologia para diminuir diferenças, mas em 1994 a diferença salarial entre homens e mulheres era de 21% e hoje é maior 24%. A tecnologia não diminuiu essa diferença e muitas outras.”
Futuro – A explosão da tecnologia na criação de novos modelos de negócios foi abordada pelo vice-presidente da Gartner Research, Cassio Dreyfus. Com exemplos sobre a integração das informações do mundo físico e digital nas áreas de educação, saúde, trabalho, vida pessoal, o executivo demonstrou os benefícios e funcionalidades proporcionais pela tecnologia da informação, sem deixar claro como fica a mão de obra envolvida em todos esses processos ou o sigilo de dados exigido por uma série de transações, principalmente no mundo financeiro.
“Sabemos da importância da tecnologia para o presente e o futuro em todos os setores. Mas não podemos esquecer que o mundo é movido por relações humanas e assim deve ser. A tecnologia tem de funcionar para o bem da sociedade e não para enriquecer somente alguns setores e aumentar ainda mais a concentração de renda”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Cláudia Motta - 8/6/2015