
São Paulo – Roupas pretas, marcha fúnebre e cruzes no Ceic (Centro Empresarial Itaú Conceição). Esta foi a forma escolhida pelo Sindicato, ao lado dos bancários do Itaú, para denunciar e protestar contra as demissões promovidas pelo banco, que afetam sobretudo a Atec (Área de Tecnologia), que passa por uma reestruturação e onde foram demitidos mais de 300 funcionários em apenas três dias.
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“Os funcionários da Atec sofrem verdadeiro massacre: demissões praticamente diárias, sobrecarga de trabalho e aumento da terceirização. Essa insegurança, o medo de ser demitido, aumenta o assédio moral por metas abusivas e pode levar ao adoecimento”, enfatiza a dirigente sindical e bancária do Itaú Valeska Pincovai.
“As demissões não afetam somente a Atec, mas o banco como um todo. É inadmissível que o Itaú, com lucro de R$ 28 bi em 2015 e R$ 5,235 bi no 1º trimestre, corte postos de trabalho desta forma. Onde fica a responsabilidade social? Neste momento difícil da economia, é uma grande irresponsabilidade demitir trabalhadores sem necessidade”, acrescenta a dirigente sindical.
Pressão não vai parar – De acordo com Valeska, o diretor da área de tecnologia, Márcio Schettini, se nega a negociar com a representação dos trabalhadores. “Precisamos saber onde o banco quer chegar com essa reestruturação da Atec. E mais. Sabemos que estão ocorrendo contratações, então nada mais justo que o Itaú encontre vagas para os trabalhadores que deixaram a área de tecnologia.”
“Enquanto o Itaú não abrir uma negociação séria com os trabalhadores e parar de demitir, os atos e paralisações nos locais de trabalho só vão aumentar”, conclui a dirigente.
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Felipe Rousselet – 1º/6/2016
