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Desemprego cresce na Grande SP; rendimento cai

Linha fina
Número de desempregados se aproxima de 2 milhões. Pesquisa da Contraf-CUT também mostra crescimento dos cortes no setor financeiro, com redução do salário médio
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São Paulo – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo voltou a subir em maio e chegou a 17,6%, ante 16,8% no mês anterior, segundo pesquisa da Fundação Seade e do Dieese, divulgada na quarta 29. O percentual equivale a uma estimativa de 1,977 milhão de desempregados, 109 mil a mais no mês (5,8%) e 542 mil em 12 meses (37,8%).

De abril para maio, a alta do desemprego deve-se, basicamente, ao aumento da procura por trabalho, já que o mercado não eliminou vagas. Foram 112 mil pessoas a mais na população economicamente ativa (PEA), crescimento de 1%, enquanto a ocupação ficou estável. Já em relação a maio do ano passado, a PEA também cresceu 1% (111 mil a mais), enquanto foram eliminadas 431 mil vagas (-4,4%), resultando nos 542 mil desempregados a mais nesse período.

No mês, a indústria de transformação (93 mil) e o comércio/reparação de veículos (47 mil) abriram vagas, enquanto construção (18 mil) e serviços (109 mil) fecharam postos de trabalho. Na comparação anual, os serviços eliminam 261 ocupações (-4,6%), a construção fecha 143 mil (-18,2%) e a indústria, 68 mil (-4,4%). O comércio tem ligeira alta, de 1,2%, com acréscimo de 19 mil empregos.

O emprego com carteira assinada cai 0,7% em relação a abril (menos 36 mil) e 5,1% em 12 meses (menos 274 mil). Tanto em relação a abril deste ano como na comparação com maio de 2015, cresce o emprego doméstico: 3,6%, o correspondente a mais 21 mil vagas.

Estimado em R$ 1.939, o rendimento médio dos ocupados cai 0,7% no mês (de março para abril) e 5% em 12 meses. A massa de rendimentos recuou 1,2% e 11,2%, respectivamente.

Outras regiões - Ainda segundo a pesquisa, a taxa de desemprego manteve trajetória de alta no Distrito Federal (18,9%) e na região metropolitana de Salvador (23,7%). Em Fortaleza, houve recuo (para 12,9%), após cinco meses de elevação, e em Porto Alegre manteve-se relativa estabilidade (10,2%).

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Bancos cortam mais - De janeiro a maio deste ano, o setor bancário fechou 5.998 postos formais de trabalho, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Dieese e com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em relação a igual período de 2015, o total de cortes mais que dobrou.

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Na análise por segmento, os chamados bancos múltiplos (que incluem Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e HSBC) foram responsáveis pelo fechamento de 4.637 vagas, 77% do total. Os outros 23% vieram da Caixa Econômica Federal, que eliminou 1.368 postos de trabalho.

Em cinco meses, os bancos demitiram 15 mil funcionários e contrataram 9 mil. O salário médio de quem entrou corresponde a 54,6% da remuneração dos que saíram.


Rede Brasil Atual - 30/6/2016

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