Pular para o conteúdo principal

Sindicato evita terceirização de área no CAT

Linha fina
Central de Previdência conta com cerca de 160 bancários, que devido à mobilização continuarão como funcionários do Itaú
Imagem Destaque
São Paulo – O Sindicato conseguiu evitar a terceirização da Central de Previdência, no Centro Administrativo Tatuapé (CAT), onde trabalham cerca de 160 bancários. “Foi uma vitória de nossa luta contra a terceirização que tanto prejudica os trabalhadores. Foi fruto da mobilização da categoria e de negociações com o banco”, destaca o dirigente sindical Sérgio Lopes, o Serginho.

O dirigente lembra de outra importante conquista no mesmo departamento, em 2014: “Os trabalhadores eram securitários, ou seja, não usufruíam dos direitos previstos na nossa CCT [Convenção Coletiva de Trabalho]. Por meio de negociações com o Itaú, conseguimos que eles fossem reconhecidos como bancários”, conta.

> Ex-securitários do Itaú têm direitos garantidos

Serginho conta que há outras áreas no CAT sob ameaça de terceirização, e o Sindicato está recebendo diversas denúncias. “Estamos monitorando, pois para nós a defesa do emprego e da não precarização do trabalho é primordial. Mas para reverter esse quadro é necessário que os bancários continuem mantendo o Sindicato informado.” As denúncias podem ser feitas diretamente aos dirigentes sindicais ou pelo 3188-5200, e ainda pelo Fale Conosco do site (clique aqui e escolha o setor 'site'). O sigilo é garantido.

O dirigente ressalta que essas áreas não podem ser terceirizadas, pois lidam com muitas informações de clientes, o que seria um ataque ao sigilo bancário garantido por lei. “Não iremos aceitar rebaixamento de direitos. Também denunciaremos aos órgãos de defesa do consumidor, já que a maioria dos departamentos do CAT trabalha com informações de clientes.” E avisa: “Caso o banco persista com essa prática, os protestos serão intensificados, até mesmo com paralisações”.

Precarização – Uma das principais bandeiras do Sindicato é a luta contra a terceirização sem limites, que precariza o trabalho e a qualidade dos serviços prestados à população. Além disso, fragiliza a organização dos trabalhadores, já que os separa em pequenos sindicatos pulverizados e fracos.

Todas essas ameaças estão representadas pelo PLC 30/2015, nomenclatura que o PL 4330/2004, aprovado pela Câmara em 2015, ganhou no Senado, onde tramita atualmente. O projeto de lei permite que as empresas terceirizem até mesmo suas atividades principais, o que é proibido hoje pela Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). “Na prática, isso poderia significar bancos sem um único bancário contratado diretamente. E os trabalhadores sabem muito bem que terceirizados ganham menos e trabalham mais”, diz Serginho.

> Veja como PL da Terceirização prejudica os trabalhadores

Em média, terceirizados trabalham três horas a mais por semana e ganham 27% menos que os funcionários diretos. E ainda estão mais sujeitos a acidentes de trabalho, já que de cada 10 vítimas, oito são terceirizados. Os dados são de estudo lançado em 2014 pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).


Redação – 6/6/2016
seja socio