São Paulo – Mesmo tendo apresentado lucro de R$ 2,280 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano, atingindo o maior patamar histórico, com crescimento de 37,3% em doze meses, o Santander, assim como os demais bancos, segue demitindo e patrocinando mudanças nas leis trabalhistas que resultarão em grandes prejuízos à categoria.
A filial brasileira do Santander eliminou 3.245 postos de trabalho em doze meses e 327 apenas nos primeiros três meses do ano, mesmo representando 26% do lucro global do grupo.
Paralelamente, segue em debate no Senado Federal o projeto de lei já aprovado pelos deputados que permite aos bancos forçar negociações nocivas aos funcionários em direitos como férias, intervalo intrajornada e teletrabalho; a contratação temporária ou intermitente, obrigando o trabalhador a ficar à disposição do empregador e ser remunerado só pelas horas efetivamente trabalhadas; o direito a apenas 20% da multa do FGTS e o saque de apenas 80% do FGTS em caso de demissão consensual, além da perda do seguro desemprego.
Diante deste cenário desolador, dirigentes sindicais de todo o país representando bancários do Santander, Itaú, Bradesco, Banco Mercantil e Bic Banco reúnem-se entre os dias 6 e 8 para discutir estratégias de mobilização e lutas.
Na manhã de quarta-feira 7, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresentou informações técnicas sobre as reformas trabalhista e da Previdência e traçou um panorama do uso de tecnologias pelos bancos. Na sequência, o Comando Nacional dos Bancários apresentou as estratégias da Campanha Nacional Unificada de 2017 e das ações sindicais na conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores. O encontro segue na quinta-feira 8, direcionado às pautas específicas de cada banco.
“Mesmo com a conquista de um acordo coletivo de dois anos que garante os direitos da categoria até 2018, vamos deflagrar Campanha Nacional Unificada priorizando a luta em defesa do emprego e dos direitos consolidados pela legislação trabalhista, que sofre duros ataques de um governo e um Congresso Nacional patronais, além da terceirização que rebaixa salários e precariza as condições de trabalho”, afirma a diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander Maria Rosani.
“Dia 30 será deflagrada nova greve geral contra a agenda de retirada de direitos que o atual governo ilegítimo, junto com o Congresso Nacional, quer impor à classe trabalhadora. A adesão da categoria será decidida em assembleias nos locais de trabalho. É fundamental a participação de todos”, convoca Rosani.