São Paulo – Em meio aos debates sobre emprego, saúde, condições de trabalho e impactos das novas tecnologias, dirigentes sindicais bancários de todo o Brasil destacaram também a importância da luta contra a retirada de direitos. A “reforma” trabalhista de Temer, apoiada por banqueiros e empresários foi pauta do Encontro Nacional de Funcionários de Bancos Privados, realizado entre os dias 6 e 8 de junho, em São Paulo.
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“Os trabalhadores do Itaú receberam um comunicado interno por meio do qual a direção do banco quer passar a impressão de que não haverá grandes mudanças, o que não é verdade. Esse desmonte altera cerca de uma centena de artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, afirma a diretora executiva do Sindicato, Marta Soares. “Mais do que nunca está clara a importância de os trabalhadores se mobilizarem ao lado dos seus sindicatos para não perder seus direitos.”
O comunicado do Itaú dizia que não serão alterados pontos como limite semanal de jornada de trabalho, 30 dias de férias, PLR, repouso semanal. “No entanto, a tal reforma permite que representantes nos locais de trabalho, que poderão inclusive ser indicados pelo banco, terão poder para negociar acima da lei e da CCT, exatamente pontos como esses. Além disso, a reforma permite picotar as férias em até três vezes e autoriza o termo de quitação de obrigações trabalhista: o trabalhador não poderá mais reclamar seus direitos na Justiça. Você assinaria ou seria demitido?”, esclarece Marta.
O texto diz ainda que “colaboradores” que ganham acima de R$ 11 mil poderão “combinar” condições de trabalho. “Esses trabalhadores estarão nas mãos dos bancos e perderão os direitos conquistados em anos de luta e que hoje compõem a nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, alerta a dirigente.
“Esses são somente alguns exemplos de como o banco tenta dourar a pílula porque querem enfiar goela abaixo dos trabalhadores um veneno muito amargo”, reforça Marta, lembrando que uma “reforma” que tem por base a precarização dos empregos, não criará mais vagas. “Isso já foi feito em outros países e não deu certo. No final, o que se tem é o enfraquecimento do mercado interno, diante de um desemprego brutal ou do subemprego, e economias em crise por anos a fio, reféns do capital financeiro”, critica.
“Os bancários devem ficar atentos, acompanhar o site do Sindicato, as redes sociais, e participar das mobilizações contra a retirada de direitos. Temos de reagir agora ou será tarde demais”, convoca Marta.