Os trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobras aderiram à paralisação das atividades em defesa da empresa e contra o processo de privatização comandado pelo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP). A greve de 72 horas teve início a zero hora desta segunda-feira 11.
“A paralisação é um sucesso”, diz o diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU-MA) e coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Wellington Araújo Diniz. Segundo ele, “há um total envolvimento dos trabalhadores que querem defender a Eletrobras”. As informações são da CUT.
A luta da categoria, explica o dirigente, não é apenas em relação ao trabalho, é pelo planejamento energético estratégico do país, por um preço justo cobrado do consumidor, pelo manejo da água, pela segurança de nossas fronteiras com a presença do estado brasileiro nesses locais.
"É uma greve de todos os brasileiros", diz o secretário do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, lembrando que a privatização da Eletrobras, que faz parte do plano entreguista de Temer, é mais um ataque à nossa soberania.
"O Estado brasileiro não só abriria mão da gestão do sistema elétrico, como também do controle dos recursos naturais e do território em que se encontram as áreas adjacentes dos parques elétricos do país. Ao mesmo tempo estudos demonstram como as privatizações encarecem o serviço, pioram a sua qualidade e precarizam as condições de trabalho", pontua Gaio.
Segundo ele, o setor energético é estratégico na configuração do modelo de desenvolvimento do país e não pode estar em mãos estrangeiras que só visam o lucro e não tem nenhum compromisso com o futuro do país.
Serviços essenciais
Mesmo com a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em obrigar o comparecimento de 75% dos funcionários do setor para que os serviços essenciais sejam mantidos, o CNE viu com “bons olhos”, a maneira como a paralisação foi tratada pelo juiz do TST, Maurício Godinho Delgado.
“O juiz considerou ‘nobre’ o objetivo dos trabalhadores e entendeu a importância da Eletrobras para toda a população. Por isso, não considerou a greve abusiva – ao contrário do governo golpista que queria declarar não somente esta greve ilegal, como as futuras greves contra a privatização da Eletrobras”, analisa Wellington Diniz.
Para ele, o juiz pediu o comparecimento de 75% dos trabalhadores porque a própria categoria afirmou que não prejudicaria os serviços essenciais, mas não informou qual o percentual de funcionários necessários ao funcionamento da empresa.
“Entramos agora com um embargo de declaração para saber do juiz do TST, se esses 75% se referem ao total de funcionários do sistema ou só da manutenção e, assim “liberar” o setor administrativo para que a adesão ao movimento seja maior”, diz o dirigente do CNE.