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Chapéu
21 Dias de Ativismo

Sindicato participa da reunião ampliada do Coletivo de Mulheres da CUT

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Reunião ampliada do Coletivo de Mulheres da CUT

Na última terça-feira, 3 de dezembro, o Sindicato participou da reunião do Coletivo de Mulheres da CUT (Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras). O encontro, que teve a participação de Ivone Silva, ex-presidenta do Sindicato e presidenta do Instituto Lula, faz parte das atividades da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, iniciada no Brasil em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e que segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Representaram o Sindicato na reunião as dirigentes Adriana Magalhães e Dinilza Nascimento Correia.

Feminicídios

Durante a reunião do Coletivo de Mulheres da CUT, as mulheres sindicalistas, de diversas categorias, ressaltaram os brutais casos de feminicídios e tentativas de feminicídios que ganharam as manchetes nas últimas semanas.

Um dos casos lembrados foi o de Tainara Souza Santos, que teve as duas pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por mais de um quilômetro por Douglas Alves da Silva, em São Paulo Também foi mencionado o caso de um homem, em Recife, que provocou um incêndio na própria casa, matando a mulher dele e os quatro filhos.

Estes mesmos casos foram recentemente mencionados também pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu ser responsabilidade dos homens combater a violência contra a mulher e educar filhos e colegas, afirmando ainda que fará uma campanha e um "movimento nacional" para combater a violência contra a mulher. “É preciso responsabilizar e punir com rigor, porque nenhuma mulher pode viver com medo”, disse o presidente.

O presidente já adotou medidas em relação ao combate à violência contra a mulher, como a lei sancionada em outubro de 2024, que aumentou a pena máxima por feminicídio de 30 para 40 anos, e a proibição de condenados por violência contra mulheres de exercerem cargos públicos.

São Paulo

Outro tema abordado pelas sindicalistas na reunião ampliada do Coletivo de Mulheres da CUT foi o esvaziamento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher no estado de São Paulo.

O governo Tarcísio de Freitas congelou, em 2024, a maior parte da verba para ações de combate à violência contra a mulher. Dos R$ 26 milhões previstos para ações e programas da Secretaria de Segurança Pública e de políticas para a mulher, apenas R$ 900 mil foram liberados para execução durante o ano passado.

Já para 2026, Tarcísio entregou proposta de orçamento para a Secretaria de Políticas para a Mulher com recursos 54,4% menores do que o aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) na Lei Orçamentária Anual de 2025.

No estado de São Paulo, foram registrados 207 feminicídios entre janeiro e outubro. No mesmo período de 2024, foram 191 casos, um aumento de 8% considerando os dez primeiros meses do ano. Na capital paulista, o número de feminicídios já é recorde em 2025. Entre janeiro e outubro, foram registrados 53 casos, dois a mais que em 2024, ano com o maior número de feminicídios da série histórica até então.

“É uma completa irresponsabilidade que, diante do aumento assombroso de casos de feminicídio no estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas corte recursos para programas de prevenção e combate a violência contra as mulheres. Para combatermos a violência de gênero, políticas públicas e serviços voltados para as mulheres são imprescindíveis. Um exemplo é o programa Guardiã Maria da Penha, no qual guardas civis municipais de diversas cidades do Brasil atuam de forma preventiva e comunitária”, diz a dirigente do Sindicato Adriana Magalhães.

Projeto Basta! Não irão nos calar!

Durante a reunião, as sindicalistas trocaram experiência sobre ações desenvolvidas por suas entidades para no combate à violência contra a mulher. As dirigentes do Sindicato apresentaram o Projeto Basta! Não irão nos calar!, criado pelo Sindicato e que hoje também já está presente em diversos sindicatos de bancários por todo o país.

Desde que foi criado, o Projeto Basta! Não irão nos calar! já ofereceu gratuitamente atendimento jurídico e acolhimento para 480 mulheres, bancárias ou não, em situação de violência doméstica e familiar.

O agendamento para o atendimento pelo Projeto Basta! Não irão nos calar! É realizado direto via WhatsApp, por meio do número 11 97325-7975, no qual a vítima de violência pode falar em poucos minutos com uma advogada.

Convenção Coletiva de Trabalho

O Sindicato também conquistou, nos últimos anos, uma série de cláusulas que garantem mais proteção às mulheres bancárias vítimas de violência doméstica ou de assédio sexual no trabalho.

Confira algumas das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que garantem direitos às mulheres bancárias:

  • Programa de prevenção e combate ao assédio moral, assédio sexual e outras formas de violência no trabalho;
  • Cláusula de repúdio a qualquer ato de violência doméstica e familiar contra a mulher na sociedade;
  • O compromisso dos banco em disponibilizar informações para sua liderança e demais empregados sobre os tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na sociedade (física, moral, patrimonial, psicológica, sexual e virtual);
  • Igualdade salarial entre mulheres e homens.

Veja aqui, de forma detalhada, todas as cláusulas da CCT que versam sobre direitos das mulheres bancárias.

Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher

Nesta quinta-feira, 4 de dezembro, será realizado o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, data conhecida como Campanha do Laço Braço e que faz parte dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, reforçando o papel fundamental do engajamento dos homens para erradicar a violência de gênero.

Nesta data, o Sindicato estará nas agências bancárias e nas ruas promovendo atividade de conscientização contra a violência de gênero.

“O combate à violência de gênero é uma luta de toda a sociedade. Deve envolver governos, judiciário, movimentos sociais, movimento sindical e empresas. Não podemos permitir que mais mulheres sejam vítimas de violência apenas pelo fato de serem mulheres. O Sindicato está engajado nesta luta, uma de suas principais bandeiras”, conclui Dinilza Nascimento Correia.

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