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Chapéu
Desrespeito!

Itaú coloca trabalhadores no “limbo”

Linha fina
Justificando baixa performance e falta de perfil, gestores estão impondo prazo máximo de 60 dias para os próprios bancários, incluindo PCDs, encontrem vaga em outra área; Funcionários devem denunciar ao Sindicato
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Arte: Linton Publio

Para disfarçar sua política de corte de postos de trabalho, o Itaú está colocando parte dos seus trabalhadores em um verdadeiro “limbo” dentro do banco. Justificando baixa performance e falta de perfil, gestores estão deixando bancários à disposição de outras áreas, impondo que o próprio trabalhador encontre uma vaga em prazos que variam de 30 até 60 dias no máximo. Caso não encontrem, são demitidos.

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“O Itaú, ancorado na reforma trabalhista de Temer, tem aprofundado sua política de cortes de postos de trabalho. Um absurdo para um banco que, apenas no 1º trimestre lucrou R$ 6,4 bilhões, crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, para disfarçar o banco adota a tática de colocar o bancário nesse limbo. Para piorar, muitas vezes o próprio bancário à disposição tem de treinar o trabalhador que vai substituí-lo na sua área de origem. Como que é possível que o trabalhador não tenha perfil para trabalhar em uma determinada área, mas seja o responsável pelo treinamento de quem vai ingressar na mesma?”, questiona o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú, Júlio Cesar Silva Santos.

“Quem tem domínio das vagas existentes no banco é o RH, que por sua vez tem um consultor em cada área, mas quando o trabalhador à disposição o procura, ele diz que não pode fazer nada para ajuda-lo. Os bancários estão entregues a própria sorte pelo banco. Além disso, muitas vezes o bancário não tem o perfil ou o treinamento adequado para as vagas divulgadas no portal. Para piorar, por ter sido colocado à disposição, gestores de outra área possuem uma grande resistência em aceitá-lo”, acrescenta o dirigente.

De acordo com Júlio, esse tipo de postura por parte do banco é extremamente danosa para o trabalhador. “Esse bancário, colocado em um limbo, submetido a pressão de ter que encontrar uma vaga para não ser demitido, está sujeito a um grave trauma emocional. É uma irresponsabilidade por parte do banco.”

O dirigente enfatiza ainda que os trabalhadores que mais sofrem com essa política do banco são os PCDs. “Para evitar demitir um PCD, e ter de contratar outro para substituí-lo, o banco o coloca à disposição. É mais interessante para o Itaú fazer isso do que demitir o trabalhador, e o mesmo entrar com uma ação e conseguir ser reintegrado.”

Júlio destaca também a importância desses trabalhadores colocados à disposição informem a sua situação ao Sindicato.

“Essa situação demonstra na prática que o Centro de Requalificação e Realocação Profissional, previsto na nossa Convenção Coletiva de Trabalho, está inoperante no Itaú. Os bancários que estão enfrentando ou venham a enfrentar esse limbo devem procurar o Sindicato, para que nós avaliemos cada caso e atuemos junto aos gestores buscando soluções”, alerta o dirigente.

Para denunciar ao Sindicato, o bancário deve procurar um dirigente responsável pelo seu local de trabalho ou então entrar em contato pela Central de Atendimento (11 3188-5200) ou por meio do WhatsApp (11 97593-7749).

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