Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Nova crise?

SP: nível de reservatórios está abaixo do período pré-crise. Especialista vê riscos

Linha fina
Pior situação é a do sistema Cantareira, que opera com 45,7% da sua capacidade, sem considerar o volume morto
Imagem Destaque
Foto: EBC

Os seis reservatórios da região metropolitana de São Paulo estão operando com nível inferior a 2013, período que antecedeu a crise hídrica de 2014 e 2015. Com a queda no volume de chuvas neste ano, o estado pode ter problemas em relação ao abastecimento, segundo o coordenador do Coletivo de Luta pela Água Edson Aparecido.

Ele aponta que, de acordo com o índice de armazenamento da Sabesp em sua página na internet, na quinta-feira 7, a pior situação é a do sistema Cantareira, que opera com 45,7% da sua capacidade, sem considerar o volume morto. No mesmo período, em 2013, o sistema contava com 58,8%. Em maio, o reservatório recebeu 13,7 milímetros (mm) de chuva – cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado. A pluviometria média histórica do mês é de 78,6 mm.

A mesma situação é encontrada nos outros cinco sistemas de armazenamento (Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro). "Se esses níveis baixos dos reservatórios continuarem, acredito que caminhamos para uma nova crise hídrica", afirma Aparecido, que critica a falta de medidas do ex-governador Geraldo Alckmin e da Sabesp para a prevenção de outra situação de desabastecimento.

Outro sistema que opera na faixa de "atenção" (quando o volume está entre 40% e 60% da capacidade total) é o do Alto Tietê, com 58,7%. Em 2013, no mesmo dia 7 de junho, o reservatório operava com 63,2%. Os níveis de pluviometria no mês de maio também estão abaixo da média: foram 13,9 mm contra 76,2 mm.

O especialista aponta que não houve redução das perdas de água por parte da Sabesp, muito menos um programa efetivo para a ampliação do reuso. "O desperdício da Sabesp continua na casa dos 30% (da água tratada). A empresa também só faz campanha de redução de consumo quando a crise chega e continua com uma política de atender a demanda, sem trabalhar sobre a oferta que tem, mantendo o risco grande de outro desabastecimento", explica.

Em 2013, os níveis de pluviometria também estavam abaixo da média mensal – o que foi utilizado como argumento do governo Alckmin para justificar a falta de água. Entretanto, Edson Aparecido diz que a atual falta de chuvas não pode servir de desculpa para outra crise. 

"Sempre dissemos que não era uma crise hídrica, mas de gestão, pois a lógica que norteia a ação da Sabesp é de vender água de qualquer forma. Não há uma política de reuso, não foram criadas as cisternas urbanas, onde você poderia acumular água nos períodos de chuva. As medidas que seriam estruturantes não foram tomadas e a lógica que permaneceu foi de buscar água longe ou realizar obras que causam impactos ambientais", afirma.

Leia a reportagem completa na Rede Brasil Atual

seja socio