Em face das denúncias de assédio sexual que resultaram na queda de Pedro Guimarães do comando da Caixa, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região protestou em frente ao prédio de departamentos de áreas meio do banco, na manhã desta quinta-feira 30.
“Merece todo nosso respeito a coragem dessas colegas que enfrentaram possíveis represálias dentro do banco e a exposição social, e foram em frente nas denúncias. Toda esta admiração ficou evidente nesta quinta-feira, pelas mulheres que acompanharam o ato na avenida Paulista, e que se identificaram com quem é vítima de assédio sexual”, relata a dirigente sindical e empregada da Caixa Luiza Hansen.
O fato de as denúncias de assédio sexual não terem sido feitas na Ouvidoria e na Corregedoria da Caixa foi ressaltado por Luiza. “O que demonstra a desconfiança das vítimas pelos canais internos da Caixa, que deveriam ter autonomia para atuar com independência, mas que hoje estão subordinados à direção do banco. Uma repetição do que está ocorrendo no governo federal, que seguidamente busca aparelhar órgãos de Estado em benefício próprio.”
Durante o ato foi reforçado que o assédio moral e sexual devem ser denunciados. “O medo de retaliações pela direção do banco é uma realidade, mas fica o nosso apelo para que o assédio moral e o assédio sexual não sejam normalizados. Essas práticas devem ser denunciadas para que não se tornem ainda mais institucionalizadas, e para que a direção do banco encare com a devida seriedade todas as denúncias. Para além disso, a Corregedoria e a Ouvidoria da Caixa precisam urgentemente voltar a atuar com autonomia e independência a fim de ganharem a confiança dos empregados”, afirma Luiza.
Denuncie ao Sindicato
Dada a delicadeza das denúncias e a atual desconfiança generalizada nos canais internos da Caixa, as queixas podem ser feitas diretamente a um dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, que também disponibiliza a todos os bancários da sua base um canal formal, previsto e regulamentado pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), para denunciar, de forma totalmente sigilosa, a prática de assédio moral.
O dirigente sindical e bancário da Caixa Rafael de Castro ressalta que, por mais abomináveis que sejam as denúncias envolvendo a gestão atual do banco, foi nítida a admiração e o apoio à empresa pública pela população que presenciou o ato realizado nesta quinta-feira 30, na Avenida Paulista.
“Entra governo e sai governo, e o banco público seguirá servindo o país e o povo, e neste momento em que estamos prestes a decidir os rumos do Brasil para os próximos quatro anos, reforçamos que a Caixa que a gente quer não é a do medo, do assédio, do desrespeito, do aparelhamento e do sucateamento. Nós queremos uma Caixa que respeite as empregadas e os empregados, que atenda a população de forma digna e que seja motor da economia por meio do financiamento e do atendimento com qualidade dos programas sociais. E vamos lutar por isto.”
Rafael de Castro, dirigente sindical e empregado da Caixa