A categoria bancária definiu as reivindicações da Campanha Nacional Unificada que serão entregues à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 18 de junho.
Entre as prioridades apontadas pela categoria estão o reajuste com inflação mais aumento real de 5% (INPC na data-base), valorização do VA e VR, manutenção dos empregos, igualdade salarial entre homens e mulheres, jornada de 4 dias, fim das metas abusivas e defesa dos bancos públicos.
A definição da pauta final de negociação começou no mês de abril, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Neste fim de semana, durante a 26ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 600 delegados que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país, definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2024. São 450 mil bancários no país, organizados pelo Comando Nacional dos Bancários. Em solidariedade à delegação do Rio Grande do Sul, os representantes do estado participaram de forma remota.
Quase 47 mil bancários responderam à consulta nacional sobre as prioridades da Campanha. Quando perguntados sobre as prioridades em relação às cláusulas econômicas, na qual os bancários poderiam marcar três opções, a mais citada foi o aumento real nos salários (93%), aumento da PLR (63%), seguido por reajuste diferenciado do VR e VA (51%). Em relação às cláusulas sociais, a resposta mais frequente foi a manutenção dos direitos (70%); seguida do tema emprego (49%); combate ao assédio moral (45%) e jornada de 4 dias (42%).
Outro dado que chama muita atenção é o uso de medicamentos controlados, como ansiolíticos, antidepressivos e estimulantes, pela categoria bancária. Mais de um terço dos bancários (39%) respondeu à consulta que utiliza esses medicamentos.
A cobrança excessiva pelo cumprimento de metas gera consequências para os trabalhadores: 67% dos participantes apresentam preocupação constante com o trabalho; 60% com cansaço e fadiga constante; 47% crises de ansiedade e pânico. A redução de emprego na categoria somada ao modelo nefasto de cobrança de metas e assédio moral e a alta tecnologia gerou um ambiente propício ao adoecimento da categoria principalmente em doenças mentais e comportamentais.
A defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2024. Temos a oportunidade de avançar no tema do emprego, onde a categoria bancária está reduzindo a passos largos. Nos últimos 10 anos, foram extintos cerca de 78 mil empregos bancários e mais de 6 mil agências tradicionais. Este cenário amplia a intensidade de trabalho do bancário. Assim, é fundamental o aprofundamento da discussão sobre a importância da jornada de quatro dias de trabalho que tem potencial para geração de emprego e tende a melhorar qualidade de vida e inúmeras questões de saúde que afligem os bancários.