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Neiva Ribeiro: Primeira mesa com banqueiros vai discutir o emprego bancário

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Imagem de Neiva Ribeiro. Ela é uma mulher parda de cabelos negros e lisos e usa uma blusa azul escuro

O primeiro tema a ser discutido entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na Campanha Nacional Unificada 2024 será a defesa dos empregos, nesta quarta-feira 26.

Precisamos preservar nossos empregos. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre 2014 e 2023 foram extintos cerca de 78 mil empregos bancários.

Nos últimos anos, o principal fator a impulsionar o lucro dos bancos é um forte processo de corte de gastos vinculado a uma intensa aplicação de novas tecnologias e flexibilização de regras trabalhistas. O processo de migração das operações bancárias para os canais digitais está crescendo a passos largos, nos últimos 10 anos as transações bancárias efetuadas através dos canais digitais (internet e mobile banking) passaram de 42% para 77% do total das transações, o que representa uma expressiva redução de custos operacionais para as instituições financeiras. Praticamente 8 em cada 10 transações bancárias são digitais.

Existem outros exemplos de inovações tecnológicas, características deste processo, que já estão sendo aplicadas nos bancos, como Inteligência Artificial, digitalização do atendimento aos clientes e das áreas de apoio, novos modelos de negócios e de agências e novos modelos de trabalho como o teletrabalho.

Entendemos que a tecnologia é uma força dominante presente nos serviços bancários e nas nossas vidas. Compreendemos, no entanto, que há outros fatores determinantes na eliminação de empregos bancários. Importante ressaltar que tanto a tecnologia quanto a ampliação do fechamento de agências tem causado sobrecarga nos trabalhadores e precarizado o atendimento da sociedade e ampliando a sobrecarga.

Na negociação coletiva o tema tem se tornado cada vez mais relevante. Em 2013, por exemplo, a categoria conquistou cláusula na Convenção Coletiva que proíbe que os gestores façam cobranças de metas e resultados por mensagens no telefone particular dos trabalhadores e trabalhadoras. Na campanha de 2016 conquistamos a criação de um grupo de trabalho conjunto entre os bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) para estudar e criar formas de realocar e requalificar os bancários afetados pelas transformações tecnológicas. Na última negociação coletiva, em 2022, foram firmadas condições específicas para o teletrabalho com inclusão de auxílio financeiro, controle de jornada e direito à desconexão.

Na consulta nacional da categoria, com a participação de mais de 47 mil trabalhadores, as principais respostas em relação às prioridades na cláusulas sociais foram: manutenção dos direitos (70%); seguida do tema emprego (49%); combate ao assédio moral (45%) e jornada de 4 dias (42%).

Na nossa minuta de reivindicações, para proteger os empregos no atual cenário, nossas principais reivindicações dos bancários são: Defesa do emprego bancário; Fim da terceirização; Jornada de 4 dias na semana, sem redução da remuneração; Qualificação permanente dos trabalhadores para novas tecnologias; Realocação e/ou requalificação de trabalhadores impactados por mudanças tecnológicas; Instalação de comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar projetos de mudanças tecnológicas e organizacionais.

Estaremos mobilizados, nas redes e nas ruas, lançando a nossa campanha e informado a categoria todos os passos da nossa negociação. Acompanhe no site do Sindicato e nas nossas redes sociais.

#JuntosPorEmprego

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