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Ramo financeiro no centro dos debates da Conferência Nacional

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Dividir e segmentar. As instituições financeiras vêm atuando nos últimos anos no sentido de dividir os trabalhadores que atuam em suas empresas, criando categorias diferenciadas e com direitos reduzidos. Assim surgiram ao longo dos últimos anos os promotores de crédito, além dos trabalhadores que atuam nas empresas terceirizadas e nos correspondentes bancários. Esse é um problema que acontece em todos os estados do país e de forma crescente. Por isso o tema esteve no centro dos debates que aconteceram nesta quinta-feira, 27, na 8ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que vai até domingo, dia 30, e reúne 811 delegados bancários de todo o país.

“Mais de um milhão de pessoas prestam serviços ao sistema financeiro, mas, cada vez mais, de forma indireta”, informa o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, lembrando que a categoria bancária conta com 400 mil trabalhadores. “Os bancos estão criando subcategorias, algumas que beiram uma forma de trabalho análogo ao escravo. Há empregados de terceirizadas com jornadas diárias que chegam a 15 horas, sem folga sequer para lanche. Muitos estão adoecidos pelo excesso de trabalho e pelo tempo que são obrigados a permanecer em frente ao computador, sem pausas. E quando adoecem acabam dispensados, já que seus contratos geralmente são temporários”, completa.

É importante lembrar que os bancos, contratadores desses serviços, são co-responsáveis pelo passivo trabalhista que está sendo criado nessa relação de trabalho precarizada.

Contratação – O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região tem como política abrir a porta da entidade para todos os trabalhadores terceirizados do ramo financeiro, oferecendo orientação jurídica e na área de saúde. Para o presidente do Sindicato, debater a contratação e representação desses trabalhadores é um tema mais que urgente. “Ou tratamos dos segmentos fora de nossa representação ou os empregos formais no setor bancário desaparecerão”, avalia Marcolino.

Propostas – Ao final dos debates sobre ramo financeiro, na noite de quinta-feira, foram aprovadas pelos delegados bancários de todo o país diversas ações a serem desencadeadas nacionalmente:

. representar todos os trabalhadores do ramo financeiro;

. intensificar a luta pela representação de pessoas que trabalham em tele-atendimento e financiamento de veículos;

. representar os trabalhadores prestadores de serviço da empresa terceirizada Proservvi que tem atuação nacional e atende aos bancos Bradesco, ABN Real e Unibanco, entre outros;

. representação e unificação dos acordos das cooperativas de crédito;

. dia nacional de luta pela representação sindical dos trabalhadores do ramo financeiro, em especial financeiras, promotoras e cooperativas de crédito;

. organização de seminários regionais, coordenados pela Contraf, e ampliação do mapeamento realizado nos estados para identificar onde estão os trabalhadores de financeiras, promotoras e cooperativas de crédito, faixa salarial, jornada e direitos, entre outros itens.
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