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Bancários discutem saúde, remuneração e ramo financeiro

Linha fina
Debates servirão de base para formular propostas, que após serem deliberadas, farão parte da minuta de reivindicações a ser entregue à Fenaban
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Os bancários podem discutir com os bancos a remuneração variável, pagamento baseado nos recursos arrecadados com a venda de seguros, cartões e empréstimos financeiros. Interferência na gestão dos bancos - que praticam a pressão por metas abusivas - e estabelecimento de regras claras e justas são os desafios que estão sendo discutidos no primeiro dia da Conferência Nacional do Ramo Financeiro, na mesa de Remuneração Variável. Esse tipo de remuneração na maioria dos casos já representa entre 18% e 30% do salário dos bancários.

Neste primeiro dia, também estão sendo realizadas outras duas mesas de debates de Saúde e Condições de Trabalho e de Ramo Financeiro. Todos os temas discutidos serão remetidos a deliberação no domingo, 31, último dia do encontro, quando as propostas aprovadas serão incorporadas à minuta de reivindicações da categoria a ser entregue na segunda semana de agosto à Federação dos Bancos (Fenaban).

As regras para o pagamento da remuneração variável atualmente são feitas unilateralmente pelos bancos, privilegiando uma parte dos trabalhadores. Os gerentes gerais das agências ficam com a grande maioria desse pagamento e os bancários que vendem os produtos ficam com a parte mínima do bolo. Levantamento feito pelo Dieese, aponta como exemplo que enquanto um gerente-geral pode receber num determinado mês R$ 7.020 a título de Remuneração Variável, um escriturário da mesma agência recebeu apenas R$ 211 pelo mesmo resultado.

Os bancários de São Paulo defenderam em encontro estadual, realizado no último dia 21, proposta que prevê que 10% de tudo que for arrecadado na agência com a venda de produtos sejam divididos igualitariamente entre todos os trabalhadores da unidade. Propuseram também a distribuição linear de 5% da receita com a prestação
serviços a todos os funcionários do banco.

“A remuneração variável não pode ser individual, mas sim respeitar critérios coletivos. Interferir nesse processo vai muito além do que promover uma divisão mais igualitária. É interferir num processo de gestão que impõe metas abusivas e leva os bancários ao adoecimento, em razão da pressão praticada pelos bancos para que os resultados financeiros sejam cada vez mais lucrativos”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Houve consenso em relação à proposta de aumento do piso da categoria de R$ 869,33 para R$ 1.628,24, valor do salário mínimo calculado pelo Dieese e que para que o vale-alimentação e o auxílio-creche tenham valor igual ao do salário mínimo
vigente, atualmente R$ 380. As propostas serão encaminhadas à deliberação.

A Conferência Nacional está sendo realizado na Câmara Americana de Comércio (Amcham), Rua da Paz, 1431 – Chácara Santo Antônio. Ao todo 811 delegados sindicais de bancos públicos e privados representam os 420 mil bancários de todo o país.

Ramo Financeiro – Boa parte dos produtos comercializados nas agências é criada pelas subsidiárias dos bancos como seguros e previdência. As vendas são realizadas pelos bancários ou terceirizadas dentro das agências. Essa realidade reforça que todos têm de receber como bancários já que os resultados são contabilizados pelas holdings. Cabe às instituições financeiras reconhecer esses trabalhadores e respeitar os direitos da categoria. Essa realidade só reforça a necessidade do fortalecimento do Ramo Financeiro que inclui promotores de crédito, securitários, financiários e bancários. Estima-se que os trabalhadores do ramo financeiro já somam um milhão de pessoas.

Saúde e Condições de Trabalho - O combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas que levam ao adoecimento dos bancários e a necessidade de promover a reabilitação dos afastados foram temas abordados.

Conferência Nacional, de 27 a 31 de julho, em São Paulo
27 de julho – Encontros temáticos com debates sobre: ramo, remuneração, saúde e condições de trabalho
28 e 29 de julho – Debates da campanha sobre índice, PLR, verbas, estratégias de luta, entre outros. Definição da minuta de reivindicações.
30 e 31 de julho – Encontros nacionais dos bancários do Banco do Brasil, da Caixa, e de bancos privados.

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