Os bancários definiram neste domingo, 27 de julho, a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2008 que será entregue à Federação dos Bancos (Fenaban) no dia 13 agosto, um dia depois do lançamento oficial da campanha. O documento foi aprovado na 10ª Conferência Nacional dos Bancários.
Os trabalhadores querem 5% de aumento real de salários, valorização dos pisos - mais pressionados pela inflação –, ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), criação de Plano de Cargos e Salários (PCS) e pagamento de adicional risco de vida. Os trabalhadores também defendem o fim do assédio moral e das metas abusivas.
“A elevação dos lucros, das receitas de prestação de serviço e do crédito é uma demonstração de que os banqueiros têm condições de atender às reivindicações da categoria. Os trabalhadores querem aumento real de salários valorização dos pisos e condições e trabalho. Estamos dispostos a negociar, mas se os banqueiros dificultarem o processo, os trabalhadores vão à greve”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Negociação – A campanha manterá o formato de negociação de mesa única (bancos públicos e privados) para reivindicações gerais e mesas concomitantes para questões específicas de bancos. O formato de negociações por blocos de temas como segurança, saúde, questões econômicas, também será mantido. As negociações só avançam para outro bloco, após esgotamento dos debates.
Vigilantes - Os vigilantes aprovaram em reunião da confederação nacional da categoria a unificação de suas datas-base para 1º de setembro, a mesma dos bancários. Eles também preparam uma campanha extraordinária reivindicando equiparação do valor do vale-refeição e do plano de saúde dos bancários. A unificação das datas-base é uma estratégia de bancários e vigilantes para ampliar a mobilização dos trabalhadores.
Confira as reivindicações dos Bancários para a Campanha Nacional 2008
Eixos Prioritários
Índice – 13,23% (Inflação mais 5% de aumento real) para os salários e demais verbas de natureza salarial exceto para:
Vale-alimentação – Salário mínimo (R$ 415)
Vale-refeição – Reajuste para R$ 17,50 por dia
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – Três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto e nem limitador
Auxílio-creche – Salário mínimo (R$ 415)
Pisos salariais – Aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado e R$ 3.369,93 para gerente.
Plano de Cargos e Salários (PCS) – Formulação de um PCS para todos. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
Fim da Metas Abusivas – Os bancários querem interferir nas metas que estão na base da gestão do sistema financeiro. As metas passarão a ser definidas com o movimento sindical, a partir do local de trabalho – agências ou departamentos – e levando em consideração a região, o porte das agências, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local. Devem ser obrigatoriamente coletivas e não individuais, considerando a região e número de clientes. Deve ocorrer a redução das metas quando houver a diminuição de trabalhadores.
Contratação de Remuneração Total – Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
Novas conquistas – Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada
Emprego - ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes
Segurança - Instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias, já no auto-atendimento; pagamento de adicional risco de vida no valor de 40% do salário para funcionários de agências e PABs
Eixos políticos
Defesa dos bancos públicos
Ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola
Redução dos juros
Linha fina
Documento será levado aos banqueiros no dia 13 agosto, quando começam as negociações
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