Pela primeira vez na história, representantes dos bancários e da Federação dos Bancos (Fenaban) reuniram-se para discutir a criação de um acordo marco para estabelecer parâmetros de relações trabalhistas e sindicais de âmbito mundial. No encontro desta segunda-feira, 28, os diretores sindicais defenderam junto à Febaban a abertura do canal de negociação, que tem como objetivo estabelecer princípios que sejam respeitados pelos bancos não só em seu país de origem, como também nos demais países em que atuam.
"A nossa convenção coletiva é uma das poucas que tem caráter nacional. Todos os direitos são válidos em todas as regiões do país. Não foi fácil criar esse acordo e ele é um exemplo de que um acordo mundial pode ser estabelecido", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. "Podemos começar pelo o que é consenso entre trabalhadores e banqueiros", completou.
Para Oliver Röethig, secretário-geral da UNI Finanças Mundial - sindicato global de trabalhadores - os acordos são benéficos para empresários e funcionários, porque evita que uma mesma negociação seja realizada diversas vezes. "O acordo marco não é um documento legal. Na verdade é uma decisão política dos dois lados de cumprirem esses princípios. Não é algo que será assinado e ficará pendurado na parede. Queremos condições de trabalho e padrões sindicais que sejam cumpridos", declarou.
Röethig, afirmou ainda que os acordos marco são baseados em princípios como liberdade de ação sindical, criação de acordo coletivo, não discriminação no local de trabalho e proibição de trabalho infantil. E que aos poucos e de forma permanente essas regras vão sendo discutidas, aperfeiçoadas e ampliadas.
Os dirigentes sindicais destacaram que mais uma vez os bancários estão na vanguarda do movimento sindical e que a iniciativa pode ser estendida para outras categorias.
Participaram do encontro representes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do sindicato dos trabalhadores do setor financeiro mundial.
A Fenaban, representada por diretores de bancos e membros do Comitê de Relações Trabalhistas, foi receptiva em relação às reivindicações dos trabalhadores e se comprometeu em manter o aberto o diálogo com o movimento sindical.
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Trabalhadores querem que bancos respeitem direitos sindicais e trabalhistas não só em seus países de origem, mas em todas as regiões em que atuam
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