São Paulo - A Contraf-CUT, federações e sindicatos cobraram prevenção dos representantes da federação dos bancos (Fenaban) contra sequestros de bancários e vigilantes. A reivindicação foi feita durante a terceira reunião deste ano da Mesa Temática de Segurança Bancária na segunda 30.
"Propomos o fim da guarda das chaves dos cofres e das agências e dos postos de atendimento por bancários e vigilantes, a contratação de empresas de segurança para fazer a abertura e fechamento das unidades, a utilização de tecnologias de controle remoto para abrir e fechar os estabelecimentos e a instalação de câmeras para monitoramento de imagens em tempo real nas áreas internas e externas das agências e postos", destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. "Também defendemos medidas pós-sequestro, como o fim das demissões e uma estabilidade provisória de 36 meses para as vítimas e a comunicação dos sequestros ao sindicato local e à Cipa."
De acordo com o dirigente sindical atualmente o trabalhador é duplamente punido quando passa por essas situações: uma pelo terror e trauma do sequestro e outra pela perda do emprego. “Muitas vezes a dispensa é por justa causa", denuncia, destacando ser imprescindível melhorar a assistência dos bancos à saúde dos bancários sequestrados ”Esse é o objeto da Mesa Temática de Saúde do Trabalhador.".
Para Ademir, todas as propostas apresentadas são oportunas, necessárias e viáveis. "Os lucros gigantescos dos bancos permitem a ampliação dos investimentos em segurança", enfatiza. Ele salienta que várias medidas de prevenção já estão sendo implantadas por alguns bancos.
Números da Fenaban - Na reunião, a Fenaban informou a ocorrência de 200 assaltos, consumados ou não, incluindo sequestros, envolvendo agências e postos de atendimento, em todo país, no primeiro semestre deste ano. Foi a primeira vez que os dados semestrais foram apresentados, resultado da cláusula 31ª (Segurança Bancária - Procedimentos especiais), da Convenção Coletiva de Trabalho de 2011/2012.
A Fenaban também reapresentou números anteriores de assaltos por ano:
2000 - 1.903
2001 - 1.302
2002 - 1.009
2003 - 885
2004 - 743
2005 - 585
2006 - 674
2007 - 529
2008 - 509
2009 - 430
2010 - 369
2011 - 422
"Como não temos o número dos primeiros seis meses do ano passado, não podemos comparar a evolução da violência. Mas, levando em conta o total de 422 assaltos verificados em todo o ano passado, é possível projetar que a realidade não mudou em 2012 e, por isto, há necessidade de mais investimentos dos bancos na melhoria das instalações de segurança dos estabelecimentos", frisa Ademir.
No primeiro semestre deste ano, 27 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país, conforme pesquisa da Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa, o que representa uma média assustadora de quatro vítimas fatais por mês.
Mesmo sem previsão na convenção coletiva, os dirigentes sindicais solicitaram os números de arrombamentos no período, bem como os dos crimes de "saidinha de banco" que começam dentro das agências. A Fenaban, porém, se negou a fornecer essas informações, alegando que tais dados não envolvem "relações de trabalho".
"Não concordamos com essa desculpa da Fenaban, na medida em que arrombamentos e 'saidinhas de banco' mostram que as instalações são vulneráveis, geram sensação de insegurança e afetam a saúde de muitos trabalhadores", disse o dirigente sindical. "A Fenaban deveria abrir também esses dados, avançar na transparência e seguir o bom exemplo da lei federal nº 12.527/2011, que regulamenta o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas envolvendo os três poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios", conclui o diretor da Contraf-CUT.
A próxima reunião da mesa temática será realizada após o final da Campanha Nacional.
Redação, com informações da Contraf-CUT - 31/7/2012
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Representantes dos trabalhadores apresentaram propostas durante mesa temática de segurança
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