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Bradesco lucra quase R$ 6 bi e corta empregos

Linha fina
Resultado do primeiro semestre chegou a R$ 5,921 bi, crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2012; mesmo assim, banco extinguiu 2.580 postos de trabalho em um ano
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São Paulo - O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 5,921 bilhões no primeiro semestre, crescimento de 3,7% em relação aos primeiros seis meses de 2012, quando o resultado foi de R$ 5,712 bi. Foi o maior da história do banco para o período, segundo levantamento da consultoria Economatica.

O balanço da empresa, divulgado na segunda-feira 22, mostra que a rentabilidade chegou a 18,8% e houve, ainda, crescimento de 10,3% da carteira de crédito expandida (atingiu R$ 402,517 bi), aumento de 15% nas receitas de prestação de serviços e tarifa e incremento de 8% nos ativos totais do banco. O Índice de Eficiência Operacional também apresentou melhora de 0,6 ponto percentual, passando de 42,4% em junho de 2012 para 41,8% em junho de 2013.

Menos emprego – Apesar dos bons resultados, a instituição financeira continua cortando postos de trabalho. Desde junho de 2012 o número de empregados da holding vem sendo reduzido a cada trimestre. Em junho de 2013 o total de funcionários é de 101.951, o que significa 2.580 postos de trabalho a menos no grupo Bradesco em um ano. Apenas nos últimos três meses, o banco cortou 842 vagas de emprego.

Ao mesmo tempo, houve expansão do número de correntistas ativos, que cresceu 2,3%, chegando a 26,2 milhões, e de contas de poupança, que chegou a R$ 47,7 milhões, aumento de 5,5%.

“Os dados mostram o que já sabemos: os funcionários estão sobrecarregados. Enquanto o volume de trabalho aumenta, o Bradesco diminui cada vez mais o número de bancários. Isso resulta em pressão maior para alcançar as metas, em um ambiente de assédio moral constante e no adoecimento físico e mental do trabalhador. Isso é um absurdo. O resultado da empresa é cada vez melhor, mas a vida dos empregados está cada vez pior”, denuncia a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

A dirigente destaca que só com a receita advinda de serviços e tarifas, o banco poderia cobrir as despesas com pessoal em 150% (em junho de 2012 a relação era de 138%). Com a forte alta de 15%, essa receita atingiu o patamar de R$ 9,394 bilhões, enquanto que as despesas com pessoal cresceram apenas 5,5% no mesmo período, chegando a R$ 6,250 bi.

“Esses números refletem o corte de postos de trabalho que tanto sobrecarrega dos bancários, e a rotatividade praticada pelo Bradesco”, explica Juvandia, relatando que muitos bancários informam que um grande problema dentro do banco é o desvio de função. “Soubemos que em várias agências tem gente nessa situação, exercendo função sem receber.”

O Sindicato orienta: os bancários que estiverem em desvio de função ou souberem dessa situação devem denunciar a um dirigente ou clicando aqui (escolha o setor "site"). Não é preciso se identificar.

“Nada justifica a postura da direção do banco. Ao invés de valorizar seus funcionários, os responsáveis pelos bons resultados da instituição, faz o contrário. Além disso, não cumpre com sua responsabilidade social, pois com o lucro que tem, deveria gerar empregos e não cortar postos de trabalho. Estamos começando nossa Campanha Nacional e a valorização dos bancários, com melhores condições de trabalho, foi apontada como prioridade pela categoria.”

> Definida pauta da Campanha Nacional Unificada

Outros destaques – O balanço mostra que 68,6% do lucro provêm das atividades financeiras (R$ 4,060 bilhões), e os 31,4% restantes (R$ 1,861 bi) foram gerados pelas atividades de seguros, previdência e capitalização.

Da Carteira de Crédito Expandida, as operações com pessoas físicas totalizaram R$ 123,562 bilhões (crescimento de 10,1% em relação a junho de 2012), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram R$ 278,955 bilhões (crescimento de 10,4% em relação a junho de 2012).

As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa atingiram R$ 7,082 bilhões no semestre, crescimento de 1,9% ante o mesmo período do ano anterior; mas o Índice de Inadimplência superior a 90 dias recuou 0,5 p.p. nos últimos doze meses, e encerrou 30 de junho de 2013 em 3,7% (4,2% em 30 de junho de 2012).


Andréa Ponte Souza - 22/7/2013

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