São Paulo – Representantes dos trabalhadores na Comissão de Empresa (COE) do Itaú questionaram as demissões que vêm ocorrendo no banco, em reunião na quarta-feira 2. Eles argumentaram que a instituição financeira, maior entre as privadas no país, lucrou de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano e, no mesmo período, extinguiu 733 postos de trabalho. “A empresa tem lucro astronômico, mas demite. Não faz o menor sentido, até porque faltam bancários nas agências e os trabalhadores estão sobrecarregados”, ressalta o dirigente sindical e integrante da COE Jair Alves.
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Durante a reunião, os representantes do Itaú disseram que os desligamentos são pontuais e há queda em relação ao ano passado. “A resposta não convenceu o movimento sindical e continuaremos realizando protestos por mais contratações”, afirmou Jair.
Fináustria – Outro assunto abordado na reunião é a incorporação de comerciários da Fináustria ao Itaú. São 1.829 funcionários em todo o país, que trabalham com financiamento de veículos novos e usados, que deverão passar a ser bancários. “A proposta está sendo avaliada pelo movimento sindical, estamos debatendo alguns pontos como jornadas e enquadramento salarial. Mas esses trabalhadores serão considerados bancários e vão usufruir dos direitos da categoria, previstos na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho)”, explica a diretora do Sindicato, Marta Soares.
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Agências de negócio – A falta de segurança nas agências de negócio do Itaú foi outro tema da reunião da COE. Essas unidades não têm caixas, mas possuem máquinas de autoatendimento e têm o mesmo layout das agências comuns, no entanto, não têm vigilantes nem porta detectora de metais. “Voltamos a reivindicar segurança para esses trabalhadores. Não nos opomos a esse modelo de agências, mas a vida dos bancários tem de ser respeitada”, afirma Jair.
Hoje funcionam 64 unidades do tipo no país, mas o banco suspendeu sua expansão. “Eles não nos deram resposta satisfatória quanto à reivindicação. Vamos continuar cobrando.”
Andréa Ponte Souza – 3/7/2014
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Em reunião da COE, representantes do banco alegaram que desligamentos são pontuais, mas dirigentes sindicais argumentaram que extinção de vagas é alta e não se explica diante do lucro
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