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Bancários pagam para trabalhar no Itaú

Linha fina
Banco não faz crédito do salário de quem volta de afastamento pelo INSS e funcionário ainda tem de arcar com despesas de alimentação e transporte
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São Paulo – Diversos trabalhadores que retornam de afastamento médico pelo INSS têm procurado o Sindicato com uma grave denúncia: o Itaú está dando calote em mais de um mês em seus salários. A queixa já foi levada por dirigentes sindicais à direção do banco, mas foram tomadas medidas paliativas e que não resolvem a questão.

“Retomei minhas funções normalmente no banco, depois de ter ficado um bom tempo afastado pelo INSS. Marcava meu ponto normalmente e cumpria as metas de venda de produtos. Quando chegou o final do mês meu holerite veio zerado e não recebi os vale refeição, alimentação e transporte”, denuncia um bancário que tem o nome preservado. “Procurei o Recursos Humanos e disseram que, para eles, estava afastado, pois não receberam o relatório de retorno de meu setor. Achei um absurdo, pois minha frequência estava registrada no sistema. Não tinham como não saber que trabalhei. O pior é que, durante todo o mês, gastei do meu bolso para almoçar, pois não tinha o tíquete, e o transporte. Praticamente paguei para trabalhar.”

Valeska Pincovai, diretora do Sindicato, cita que esse é um exemplo de muitos que a entidade recebe semanalmente. “Cobramos o RH e dissemos que os funcionários não podem ser penalizados por conta de trâmite burocrático. E mais, se os trabalhadores constam como afastados, como é possível terem acesso ao ponto eletrônico? E, ainda, como o Recursos Humanos, responsável pelo cálculo da remuneração das pessoas, não tem acesso ao relatório de frequência? A única conclusão é: o sistema é falho e necessita ser corrigido com urgência.”

Quando cobrado pelos dirigentes sindicais o Itaú faz um crédito aos bancários, mas a título de antecipação salarial e com valor inferior à remuneração mensal . “Isso não resolve. O que reivindicamos é solução definitiva para que os afastados, quando retornam, recebam normalmente seus salários, a remuneração variável a que fazem jus por venda de produtos e o aprimoramento do sistema de ponto, pois está comprovado que o atual pode ser fraudado.”

Caso esse problema ocorra em seu local de trabalho, denuncie pelo 3188-5200 ou envie mensagem pelo Fale Conosco (clicando aqui), escolhendo a opção Site. O sigilo do trabalhador será preservado.


Jair Rosa - 6/7/2015 
 
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