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Estímulo ao crescimento tem de acompanhar PPE

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Professor da Unicamp Guilherme Mello afirma que cortes no ajuste são 'concessões à realidade' e que precisamos aprender a conviver com taxa de câmbio desvalorizada
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São Paulo – As centrais sindicais estão se articulando, em Brasília, para evitar mudanças na Medida Provisória (MP) que criou o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Na volta do recesso parlamentar, em agosto, a medida será discutida pelos deputados e senadores. Até agora, foram apresentadas mais de 170 emendas à proposta criada pelo governo para evitar 50 mil demissões nos próximos 12 meses.

O economista Guilherme Mello, professor da Unicamp, afirma que o PPE tem como vantagem não impactar negativamente nas contas fiscais. "Ao contrário", diz Mello, "ele pode até economizar dinheiro para o governo". Segundo o professor, para que o PPE tenha sucesso, é preciso que venha acompanhado de outras medidas que estimulem o crescimento da economia.

Vídeo: comentário completo de Guilherme Mello para o Seu Jornal, da TVT

Sobre os cortes no ajuste fiscal, Mello afirma que o governo teve de se render à realidade dos fatos. "Diante do aprofundamento da desaceleração econômica, o governo teve menos receitas do que esperava. Sendo assim, o resultado fiscal, ou seja, o equilíbrio entre receitas e despesas foi fragilizado."

O economista comentou ainda sobre a desvalorização do real frente ao dólar. Na visão de Mello, o dólar mais caro traz aspectos positivos, "porque incentiva os nossos exportadores e diminui as importações ao aumentar o preço dos produtos importados", mas também negativos, pois, "os produtos importados são cotados em dólar e, com a desvalorização do câmbio, eles chegam aqui mais caros, o que pressiona a inflação".

"Se nós quisermos retomar o crescimento, vamos precisar aprender a conviver uma taxa de câmbio mais desvalorizada", conclui o analista.


Rede Brasil Atual - 28/7/2015
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