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São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) promoveu manifestações nos principais aeroportos do país contra o Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que propõe reduzir a participação da Petrobras nos consórcios de exploração do petróleo na camada do pré-sal e tinha votação prevista para esta terça-feira 7, no Senado.
“Nossa manifestação, não só aqui, no aeroporto de Brasília, mas em vários aeroportos, tem o objetivo de chamar atenção dos parlamentares”, disse o coordenador-geral da federação, José Maria Rangel. Além de abordar os senadores, os sindicalistas aproveitaram o momento para conversar com deputados federais que desembarcavam, já que na casa também tramitam projetos com o objetivo de mudar o regime de partilha.
“Quando colocamos a Petrobras como operadora única, significa que o Estado brasileiro vai controlar o ritmo da produção, de acordo com a demanda nacional e os interesses do país. Não podemos aceitar que o projeto passe”, disse Rangel.
A proposta de Serra (PSDB-SP) retira a obrigatoriedade de a Petrobras entrar com aos menos 30% dos investimentos na perfuração dos blocos e ser a operadora única da camada do pré-sal, conforme determina a Lei de Partilha nº 12.351/2010.
Rangel rebate a ideia defendida por Serra, de que a Petrobras não tem condições de explorar a riqueza e nem de fazer leilão. Primeiro, porque já há petróleo excedente e não há necessidade de fazer nova concessão. Somente o campo de Libra está com 15 milhões de metros em barris, tem sessão onerosa de cinco bilhões de barris e o excedente de sessão onerosa de mais de 15 bilhões.
Segundo, porque o bônus de assinatura do leilão é definido pelo Ministério de Minas e Energia, sem limite mínimo. E quem ganha o leilão é justamente quem der o maior retorno de óleo, situação que favorece justamente a Petrobras, porque tem menor custo para produção e maior conhecimento em exploração do pré-sal.
Por fim, somente cinco anos após o leilão é que serão necessários os maiores investimentos, como contratação de plataforma e instalação de conexão, estruturas que exigem maior investimento. Para Rangel, o período é mais do que suficiente para alavancar a empresa. A alegação de falta de condições financeiras, alerta, leva em conta um cenário inexistente, como se a empresa fosse fazer leilão hoje para produzir depois de amanhã.
Luta – Durante a 5ª Plenária Nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), na qual os trabalhadores costumam definir a pauta da campanha salarial que tem data-base em 1º de setembro, a categoria deliberou priorizar a luta contra o projeto e contra a venda de ativos da Petrobras.
A estatal revisou um plano de desinvestimento para 2015 e 2016 de US$ 13,7 bilhões para US$ 15,1 bilhões. Para 2017 e 2018 o objetivo é atingir US$ 42,6 bilhões.
Além do ato desta terça, entre os dias 14 e 23, os petroleiros promoverão mobilizações por segmentos como terminais e refinarias, que culminarão numa greve de 24 horas em 24 de julho. A expectativa é que cerca de 60 mil trabalhadores cruzem os braços.
Wikileaks – Autor do projeto, Serra afirmou durante a sessão temática promovida pelo Senado na semana passada, que defendia uma “medida patriótica” em defesa da Petrobras, que não teria condições de estar presente em todos os poços e bancar 30% dos investimentos.
Porém, um vazamento feito pelo Wikileaks apontou o senador como interlocutor do lobby petrolífero. De acordo com documentos revelados pelo site, a estratégia do parlamentar seria não se colocar publicamente contra o regime de partilha, mas apresentar emendas para sua reversão.
De acordo com as denúncias, Serra sugeriu que as empresas boicotassem o modelo de partilha, para que se revelasse um fracasso e o país retomasse o antigo modelo de exploração. Porém, a Shell compôs um consórcio e furou o bloqueio formado por Exxon Mobil, Chevron, British Petroleum (BP) e British Gas Group (BG) no leilão do Campo de Libra, em 2013.
Além disso, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em 1999, cumprindo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), um memorando de Política Econômica do Ministério da Fazenda aponta que estava mantida a intenção de vender “o restante das ações não votantes da empresa”.
Em 2000, o então presidente da empresa, Henri Reichstul, apresentou o projeto de mudar o nome para Petrobrax, numa maneira de torná-la mais atrativa para a compra no cenário internacional.
Redação com Luiz Carvalho, da CUT, e Michelle Canes, da Agência Brasil - 7/7/2015
“Nossa manifestação, não só aqui, no aeroporto de Brasília, mas em vários aeroportos, tem o objetivo de chamar atenção dos parlamentares”, disse o coordenador-geral da federação, José Maria Rangel. Além de abordar os senadores, os sindicalistas aproveitaram o momento para conversar com deputados federais que desembarcavam, já que na casa também tramitam projetos com o objetivo de mudar o regime de partilha.
“Quando colocamos a Petrobras como operadora única, significa que o Estado brasileiro vai controlar o ritmo da produção, de acordo com a demanda nacional e os interesses do país. Não podemos aceitar que o projeto passe”, disse Rangel.
A proposta de Serra (PSDB-SP) retira a obrigatoriedade de a Petrobras entrar com aos menos 30% dos investimentos na perfuração dos blocos e ser a operadora única da camada do pré-sal, conforme determina a Lei de Partilha nº 12.351/2010.
Rangel rebate a ideia defendida por Serra, de que a Petrobras não tem condições de explorar a riqueza e nem de fazer leilão. Primeiro, porque já há petróleo excedente e não há necessidade de fazer nova concessão. Somente o campo de Libra está com 15 milhões de metros em barris, tem sessão onerosa de cinco bilhões de barris e o excedente de sessão onerosa de mais de 15 bilhões.
Segundo, porque o bônus de assinatura do leilão é definido pelo Ministério de Minas e Energia, sem limite mínimo. E quem ganha o leilão é justamente quem der o maior retorno de óleo, situação que favorece justamente a Petrobras, porque tem menor custo para produção e maior conhecimento em exploração do pré-sal.
Por fim, somente cinco anos após o leilão é que serão necessários os maiores investimentos, como contratação de plataforma e instalação de conexão, estruturas que exigem maior investimento. Para Rangel, o período é mais do que suficiente para alavancar a empresa. A alegação de falta de condições financeiras, alerta, leva em conta um cenário inexistente, como se a empresa fosse fazer leilão hoje para produzir depois de amanhã.
Luta – Durante a 5ª Plenária Nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), na qual os trabalhadores costumam definir a pauta da campanha salarial que tem data-base em 1º de setembro, a categoria deliberou priorizar a luta contra o projeto e contra a venda de ativos da Petrobras.
A estatal revisou um plano de desinvestimento para 2015 e 2016 de US$ 13,7 bilhões para US$ 15,1 bilhões. Para 2017 e 2018 o objetivo é atingir US$ 42,6 bilhões.
Além do ato desta terça, entre os dias 14 e 23, os petroleiros promoverão mobilizações por segmentos como terminais e refinarias, que culminarão numa greve de 24 horas em 24 de julho. A expectativa é que cerca de 60 mil trabalhadores cruzem os braços.
Wikileaks – Autor do projeto, Serra afirmou durante a sessão temática promovida pelo Senado na semana passada, que defendia uma “medida patriótica” em defesa da Petrobras, que não teria condições de estar presente em todos os poços e bancar 30% dos investimentos.
Porém, um vazamento feito pelo Wikileaks apontou o senador como interlocutor do lobby petrolífero. De acordo com documentos revelados pelo site, a estratégia do parlamentar seria não se colocar publicamente contra o regime de partilha, mas apresentar emendas para sua reversão.
De acordo com as denúncias, Serra sugeriu que as empresas boicotassem o modelo de partilha, para que se revelasse um fracasso e o país retomasse o antigo modelo de exploração. Porém, a Shell compôs um consórcio e furou o bloqueio formado por Exxon Mobil, Chevron, British Petroleum (BP) e British Gas Group (BG) no leilão do Campo de Libra, em 2013.
Além disso, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), em 1999, cumprindo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), um memorando de Política Econômica do Ministério da Fazenda aponta que estava mantida a intenção de vender “o restante das ações não votantes da empresa”.
Em 2000, o então presidente da empresa, Henri Reichstul, apresentou o projeto de mudar o nome para Petrobrax, numa maneira de torná-la mais atrativa para a compra no cenário internacional.
Redação com Luiz Carvalho, da CUT, e Michelle Canes, da Agência Brasil - 7/7/2015