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Selic sobe novamente e juro alto corrói economia

Linha fina
Elevação da taxa para 14,25% compromete parcela ainda maior do PIB do país com pagamento da dívida pública e tira de investimentos sociais
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São Paulo - Dizem que brasileiro não tem memória. Mas nem é necessário lembrar de muito tempo atrás para saber que o país estava muito melhor quando a taxa de juros era mais baixa.
Entre janeiro e maio de 2015, o governo federal gastou 7,4% do Produto Interno Bruto, o PIB, com juros para pagamento da dívida pública. Nessa fase, a taxa oficial, a Selic, saiu da casa do 10,5% e chegou a 13,75%. No mesmo período de 2014, foi consumido muito menos: 3,32% do PIB para pagar juros. A Selic, então, estava entre 10% e 11%. Traduzindo em cifras, no acumulado deste ano os juros nominais somavam R$ 198,9 bilhões até maio, comparativamente a R$ 101,6 bilhões no mesmo período do ano anterior (dados são da nota de política fiscal do Banco Central). 
Assim, mais um passo atrás foi dado nessa quarta-feira, quando o Comitê de Política Econômica, o Copom, decidiu novamente elevar a Selic para 14,25%, alta de 0,5 ponto percentual. É o maior nível em nove anos (estava em 14,75% em julho de 2006).
Cada vez que a Selic sobe assim, 0,5 pp, mais R$ 11,8 bi dos gastos do governo são consumidos com juros.
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Para o Sindicato e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – que protestou na terça, em Brasília –, essa política econômica está totalmente equivocada. “Basta ver como estava o Brasil nos anos anteriores, quando a Selic estava na casa dos 8% a 10%. A despeito de uma taxa de juros já muito elevada, o país criava empregos, a economia estava aquecida e havia recursos para investimentos fundamentais em infraestrutura”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Esse rumo adotado agora está levando nossa economia de volta à crise que vivemos nos anos em que o neoliberalismo era a lógica do governo brasileiro. Só favorece o setor financeiro e a quem mantém dinheiro aplicado rendendo com o pagamento de juros, em vez de investir no crescimento do país.”
 
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Cláudia Motta - 30/7/2015
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