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Trabalhadores da Mercedes rejeitam proposta

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Termos incluíam diminuição da jornada em 20% e dos salários em 10%, com estabilidade por um ano
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São Paulo – Os trabalhadores na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, rejeitaram em plebiscito proposta negociada entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos e que previa redução da jornada em 20% e dos salários em 10%, com estabilidade no emprego por um ano. A decisão foi tomada por meio de plebiscito, realizado durante todo a quinta 2, na própria fábrica. A apuração ocorreu durante a madrugada e, segundo o sindicato, a proposta foi rejeitada "por ampla maioria".

Ainda de acordo com a entidade, as negociações estão interrompidas, sem previsão de nova reunião entre metalúrgicos e empresa. As atividades na fábrica de São Bernardo estão paradas a partir de até sexta-feira 10, por meio do sistema de banco de horas.

Pelo acordo agora rejeitado, a jornada seria reduzida deste mês até junho do ano que vem, período em que também vigoraria a diminuição dos salários. Em maio do ano que vem, os trabalhadores teriam reajuste equivalente à metade da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE.

Haveria ainda estabilidade no emprego de 1º de agosto deste ano a 30 de julho de 2016. A Mercedes abriria novo programa de demissões voluntárias (PDV), direcionado a trabalhadores com direito a estabilidade e aposentados. Segundo o sindicato, a quantidade de adesões ao voluntariado determinaria o número de trabalhadores que seriam recontratados pela empresa, de um total de 300 demitidos em maio e que estão acampados diante da fábrica há 26 dias. Com aproximadamente 10 mil funcionários, a unidade produz caminhões, chassis e plataformas para ônibus.

"Foi uma negociação muito dura. Consideramos que essa é a proposta de acordo possível para este cenário de crise", afirmou ontem, antes da apuração, o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, também funcionário da Mercedes. "O mercado de caminhões registra queda de quase 50% e, na nossa avaliação, só deve melhorar a partir do segundo semestre de 2016. Nosso desafio é atravessar esse período sem demissões, uma vez que a empresa já anunciou um excedente de 2 mil", acrescentou.

Ainda com a votação em curso, Moisés lembrava que qualquer decisão seria acatada. "O que vale é a vontade do trabalhador."


Rede Brasil Atual - 3/7/2015
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