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Sindicato critica manutenção da Selic em 14,25%

Linha fina
Decisão do Copom foi unânime e sem viés. Taxa básica de juros do país está no mesmo nível há um ano
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São Paulo – A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 14,25% ao ano pela oitava vez seguida. Está nesse nível desde julho do ano passado. A decisão, esperada, unânime e sem viés, foi anunciada no início da noite da quarta-feira 20 pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na primeira reunião sob o comando de Ilan Goldfajn. O BC, em seu comunicado, fugindo do tom lacônico habitual, engrossa os pedidos de ajustes na economia, “de forma mais célere”, sob pretexto de controlar a inflação.

O Copom diz ver “riscos domésticos” no caso da inflação, que pode se mostrar acima do esperado no curto prazo de forma persistente. Além disso, “incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem”. Para o BC, “ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere, permitindo ganhos de confiança e reduzindo as expectativas de inflação”. No conjunto, o Copom considera que o cenário atual indica não haver espaço para flexibilização da política monetária.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, critica a manutenção da Selic neste patamar tão alto. “Isso encarece o crédito, contribui para inibir o consumo das famílias e o investimento das empresas, fatores necessários para a retomada do crescimento. A última pesquisa da Anefac, em junho de 2016, mostra que os juros do cartão de crédito chegaram a 447,44% ao ano e do cheque especial a 286,27% ao ano”, lembra a dirigente. “Os bancos e fundos de investimento são os principais beneficiários dessas elevações da Selic, já que detêm cerca de 44% da dívida pública e são altamente remunerados com a alta nos juros. O dinheiro hoje vai para pagar banqueiros e investidores.” Em 2015 o governo gastou R$ 501 bilhões com juros da dívida, o que equivale a 8,5% do PIB brasileiro.

“A taxa Selic está na direção contrária e estimula as aplicações financeiras em detrimento da economia real”, completa a dirigente.


Redação com Rede Brasil Atual – 20/7/2016 
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