Os descomissionamentos arbitrários de cinco gerentes gerais (por desempenho individual) na Superintendência Regional Penha (SR Penha) foram assuntos tratados por dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo em duas reuniões na Superintendência Regional de São Paulo (SURE D), responsável pelas SRs da Grande São Paulo. Também foram discutidas, no segundo encontro, as retiradas de função de três gerentes regionais da mesma SR Penha. As reuniões ocorreram após dirigentes sindicais do Sindicato e da Apcef-SP não conseguirem agenda imediata na respectiva Superintendência Regional.
Também no último encontro, a SR Penha esclareceu questões acerca de seu método “inovador” de descomissionar por decesso, passando por cima das normas do regulamento utilizado internamente para retirar a função dos empregados. O Sindicato reiterou que o atual método existente de descomissionamento, apesar de não ser o ideal, é melhor do que qualquer retirada de função sumária.
Na Campanha Nacional dos Bancários 2016, após árdua negociação, a representação dos empregados arrancou da Caixa a criação de um grupo de trabalho (GT) para debater o descomissionamento arbitrário com o banco, que acabou com a retirada sumária de função. Hoje é vedada a dispensa de função antes de encerrado um processo administrativo e garantido um período de 60 dias de manutenção da gratificação no MO 21 182, que é a indicação de descomissionamento. Em 2018, todavia, a Caixa inseriu o GDP (gestão de desempenho de pessoas) dentro do MO 21 182.
“Nos surpreendemos por duas razões: primeiramente, cinco empregados perdendo função de gerente geral de uma vez só, numa Superintendência cujo gestor chegou há tão pouco tempo. E segundo, sem que houvesse sido utilizado o MO que possibilitaria esses empregados de reverem os processos que, segundo o gestor, teriam causado as retiradas de função, ou mesmo questionarem a decisão. Seria possível, ainda, que os profissionais fossem alocados em outras unidades ou, se fosse o caso, solicitassem o decesso para gerentes de carteira, o que foi ofertado naquele momento e aceito de pronto, claro. Era tácito que ao ofertar função menor, o que estava em jogo era uma queda maior ainda", enfatiza Vivian Sá, dirigente sindical e empregada da Caixa.
Ao fim da reunião com a Superintendência Regional de São Paulo, a Caixa garantiu que não mais utilizará desse método de descomissionamento e que a intenção não é causar o terror entre os trabalhadores.
“A partir da apresentação dos apontamentos e do pedido de melhora em diversos pontos, os empregados avaliam que valorizariam muito mais suas carreiras se a chefia, só a partir dos 60 dias, utilizasse de transferência para melhora ou até o decesso e, somente em último caso, o descomissionamento”, salienta Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa)
“A SR Penha argumentou e apresentou suas justificativas na reunião na SURE D, mas foi importante o gestor responsável por todas as Superintendências se comprometer e buscar adequar aos regulamentos e ao bom senso os comportamentos das diferentes SRs”, acrescenta.
Além disso, também foram tratados os descomissionamentos, na sexta-feira 5, de três gerentes regionais da mesma SR, estes por um método chamado revalida.
“Três dos cinco gerentes regionais perderam a função em um processo que ocorre em todo o Brasil e que a Caixa está chamando de revalida. O processo de revalidação, nesse caso específico, foi bastante estranho, passou pela avaliação do superintendente regional da Penha, que está há pouco mais de três meses no cargo, e uma entrevista com outros dois superintendentes que muitas vezes nem conheciam o trabalho desses profissionais descomissionados, que têm muitos anos de Regional Penha”, acrescenta Vivian Sá.
Dionísio Reis ressalta que o empregado que receber um MO 21 182 deve procurar imediatamente o Sindicato por meio dos dirigentes, nas regionais, (veja os telefones e endereços) clicando aqui, pela Central de Atendimento (11 3188-5200) ou pelo WhatsApp (11 97593-7749), “para que possamos analisar o caso e atuar junto à Caixa para que os direitos dos trabalhadores sejam preservados. O sigilo é garantido”.