O lucro líquido gerencial do Santander atingiu R$ 7,120 bilhões no primeiro semestre de 2019, crescimento de 21,0% em doze meses e 4,3% em três meses. País no qual o grupo espanhol obtém a maior fatia do seu lucro, o Brasil, com o resultado no semestre passa a ser responsável por 29% do lucro global do Santander.
A receita com tarifas bancárias e prestação de serviços alcançaram R$ 9,184 bilhões nos primeiros seis meses do ano, um crescimento de 9,2% em doze meses. Somente com essa receita, o Santander cobre em 198% o total de suas despesas com pessoal.
“Esse lucro extraordinário é resultado do esforço, entrega e competência dos bancários brasileiros do Santander. Do ponto de vista dos acionistas do banco, o presidente Sérgio Rial faz um excelente gestão. Afinal, o Brasil responde por quase 30% do lucro global. Lucro esse que deixa o país. Mas o que sobra para o país, para a sociedade que propicia ganhos tão expressivos para o banco?”, questiona a diretora do Sindicato e bancária do Santander, Maria Rosani.
O presidente do Santander foi um fervoroso defensor da reforma trabalhista – que retirou inúmeros direitos dos trabalhadores e não cumpriu a promessa de geração de empregos – e hoje defende a reforma da Previdência, que se aprovada fará com que os brasileiros trabalhem mais anos para receberem benefícios menores, entre outros prejuízos sociais.
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“Enquanto o país vive uma gravíssima crise econômica, com quase 14 milhões de desempregados, o Santander insiste em demitir trabalhadores adoecidos e próximos da aposentadoria. Bancários com 27, 30 anos de banco, que não vão conseguir realocação no mercado, o que impacta na vida das suas famílias de forma cruel e desumana. Não existe qualquer justificativa para um banco como o Santander, com lucro tão alto e sempre crescente, demitir trabalhadores nessas condições”, enfatiza Rosani.
A diretora do Sindicato afirma ainda que não são apenas os bancários demitidos que sofrem com a falta de responsabilidade social do Santander no Brasil. “Mesmo com o Brasil sendo responsável pela maior fatia do seu lucro, o Santander cobra dos brasileiros as tarifas mais altas entre todos os bancos. Só com o que cobra de tarifas ele paga quase duas vezes a sua folha salarial. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Isso sem falar dos juros absurdos que são praticados”.
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O número de funcionários do Santander chegou a 48.912, elevação de 904 em relação a junho de 2018. Já o número de agências alcançou 2.302 unidades, aumento de 40 em doze meses.
“Passou da hora do Santander – uma concessão pública, é sempre bom lembrar – começar a ter responsabilidade social. Elevar o número de contratações de forma contundente, compatível com seus ganhos no país; parar de demitir trabalhadores com uma vida inteira de dedicação ao banco; e contribuir com a recuperação econômica praticando tarifas e juros não abusivos como os praticados atualmente”, conclui Maria Rosani.