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Chapéu
2023-2027

Nova diretoria do Sindicato toma posse

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Imagem de Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Em meio às comemorações do centenário do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região, tomaram posse os 88 dirigentes mais 10 honorários da nova diretoria que estará à frente da entidade no quadriênio 2023-2027.

A cerimônia realizada na sede do Sindicato, nesta sexta-feira 7, contou com mais de 300 convidados entre representantes de partidos políticos, dirigentes de centrais sindicais e de outros sindicatos, e de parlamentares.

As mulheres representam 48% da nova diretoria. E pela primeira vez o comitê administrativo será integrado exclusivamente por mulheres: a presidenta da entidade, Neiva Ribeiro (Bradesco); a secretária-geral, Lucimara Malaquias (Santander); a secretária de Finanças, Marta Soares (Itaú); e a secretária de Organização e Suporte Administrativo, Ana Beatriz Garbelini (Banco do Brasil).

Diretoria executiva do Sindicato no quadriênio 2023-2027

“Fazer parte deste Sindicato é uma das coisas mais importantes da vida de qualquer militante sindical e político. Aqui é uma escola e uma alegria. Será uma gestão de muita luta, de muitos desafios e de muita construção […] o Sindicato muda as nossas vidas, muda nossa visão de mundo, fortalece nossa solidariedade, nossa vontade de mudar o mundo e nos faz ter a certeza de que, juntos, a gente pode, sim. Nossa unidade e nossa força fazem a diferença”, afirmou Neiva Ribeiro em seu discurso de posse.

Desafios da nova gestão

Os desafios para a gestão que se inicia foram enfatizados pela nova presidenta. “Nós vamos achar alternativas para regulamentar o trabalho nas fintechs e das plataformas que estão tirando empregos dos trabalhadores. E tenho a certeza de que a nossa gestão vai ajudar a gestão da Juvandia na Contraf-CUT e o mandato do Luiz Claudio Marcolino [que propôs a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua integração com o Mercado de Trabalho]”, destacou.

“Temos desafios, como construir o ramo financeiro, aumentar a representação nas bases, fazer a juventude entender que o Sindicato é legal, é importante, é vivo, é alegria. […] Durante a pandemia, nós aprendemos a trabalhar com mídias digitais, com aplicativos. A gente soube que precisava dar um salto, dominar as novas tecnologias e uma linguagem que a gente não conhecia, porque era importante para fazer a luta. E aqui ninguém foge da luta”, afirmou.

Nova diretoria do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro

Os ganhos e conquistas da categoria desde que Neiva passou a integrar o movimento sindical bancário também foram destacados por ela.

“Entre 2003 e 2022 a gente acumulou mais de 90% de reajuste salarial para a categoria, sendo 4,12% de aumento real [acima da inflação], a gente lutou muito contra interdito proibitório [artifício jurídico que possibilita aos bancos tentar burlar o direito de greve]; a gente inventou outras formas [de mobilização]; em 2003 a gente fez a primeira Campanha Nacional Unificada, com a greve dos bancos públicos; conquistou a PLR nos bancos privados; em 2005 a gente assinou a primeira CCT com a participação da Caixa”, citou a dirigente.

Neiva também ressaltou os acordos de teletrabalho firmados com os bancos em 2020 e 2021, que permitiram que quase 80% da categoria permanecesse em home office durante a pandemia de covid-19, e salientou o avanço das pautas defendidas pelo movimento sindical bancário.

“Isso é um orgulho para nós, que sempre discutimos pautas importantes e inovadoras. Quando a gente assinou, em 2000, a primeira cláusula de igualdade de oportunidades, não tinha referencial. Toda a parte de diversidade dos bancos se forma a partir dessa demanda. Ninguém discutia isso. As pessoas falavam ‘Quem vai discutir igualdade salarial entre homem e mulher? Combate à violência de gênero? Combate à violência doméstica? Isso daí não é assunto de mesa de negociação’. E a gente foi pioneiro nessas pautas.”

Defender a solidariedade

Ivone Silva, que presidiu o Sindicato em dois mandatos, e acaba de entregar o cargo, lembrou das adversidades que marcaram os anos em que ela presidiu a entidade (2017 a 2023) – um dos momentos mais difíceis para a classe trabalhadora, na esteira do golpe parlamentar de 2016 que permitiu a retirada de direitos como a reforma trabalhista e a legalização da terceirização irrestrita; e a eleição de um governo de extrema-direita totalmente refratário aos direitos dos trabalhadores.

“O que nos alimenta no dia a dia? É defender a democracia, é a solidariedade, e esse Sindicato praticou demais a solidariedade, ao distribuir cestas básicas e abrir a sua Quadra para distribuir marmitas para o pessoal de rua. Vários companheiros foram distribuir cobertores… O Sindicato é vivo e nós vamos nos alimentando dessa solidariedade, desse carinho. Ao terminar a minha gestão, eu fico muito feliz, porque também me sinto muito acolhida com a solidariedade no Comando Nacional dos Bancários, que tem várias correntes de pensamento, de vários partidos. E [mesmo assim] a gente consegue fazer uma Convenção Coletiva de Trabalho nacional. E com certeza a categoria bancária transforma não só o dia a dia dos bancários, mas também o dia a dia de todo o país. E isso foi para mim sempre muito gratificante. E ao deixar essa diretoria, eu sinto dever cumprido, e nós fizemos muito bem. E não foi a Ivone, foi o coletivo de funcionários, de diretores, de movimentos.”

Ivone finalizou dando um conselho à sua sucessora: “Pratique alegria, Neiva, porque este Sindicato é a alegria de todos os dias. O Sindicato nunca te deixa sozinho. Sempre que você se sentir só, procure o Sindicato e volte para a base. Nós não só defendemos a democracia, como a praticamos quando ouvimos a nossa base.”

Integraram a mesa da cerimônia o deputado estadual e ex-presidente do Sindicato, Luiz Claudio Marcolino, representando o PT; Julia Roland representando o PCdoB; Juliano Medeiros representando o PSOL, Juvandia Moreira representando a CUT e a Contraf-CUT; Alex Livramento representando a CTB; Edson Carneiro, o Índio, representando a Intersindical; Ivone Silva representando o Sindicato e concluindo sua segunda gestão à frente da entidade; Aline Molina representando a Fetec-CUT/SP; e Rita Berlofa representando a UNI-finanças Mundial. E o ex-presidente do Sindicato João Vaccari Neto, que empossou a nova diretoria.

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