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Adoecimento na categoria é resultado de modelo de gestão nos bancos

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Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, blazer branco, cabelo cabelo solto e óculos marrom

Os bancos são responsáveis por 0,8% do estoque de empregos e 1,5% do total de afastamentos por doenças. Os dados são do INSS e foram apresentados nesta quinta-feira 25, pelo Comando Nacional dos Bancários para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante a Campanha Nacional Unificada.

Uma pesquisa nacional da Contraf-CUT/UNB, neste ano, com o objetivo de investigar as relações entre o trabalho bancário e o adoecimento na categoria, revelam a presença de fatores de risco no ambiente de trabalho, com riscos psicossociais.

Com a participação de 5.803 trabalhadores, 76,5% declarou ter tido pelo menos um problema de saúde que considera relacionado ao trabalho no último ano. Quase metade dos respondentes declarou estar em acompanhamento psiquiátrico e mais da metade declarou estar em acompanhamento médico com outras especialidades no momento em que a pesquisa foi aplicada.

O principal motivo declarado para buscar tratamento médico foi o trabalho (54,5%) Entre os que estão em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% estão utilizando medicações prescritas pelo psiquiatra.

Para 58,8%, a exclusão dos funcionários na tomada de decisão da organização e o cerceamento da autonomia no trabalho, a distribuição injusta e a indefinição de tarefas e a presença de disputas profissionais no local de trabalho estimuladas pela chefia são características da competição nas relações de trabalho.
Para 90%, o foco nos resultados é manifestado através da cobrança por resultados, gerando pressão. A pressão também é intensificada pela vigilância de resultados e pela insuficiência de pessoas para realizar as tarefas, gerando um ritmo de trabalho excessivo.

Para 54,8%, os sentimentos de desvalorização, conflitos e falta de aceitação pelos colegas e chefias, falta de liberdade para expressar o que pensa e sente em relação ao seu trabalho, com a desqualificação do trabalho.

Os sentimentos de injustiça, desânimo, insatisfação, desgaste com seu trabalho, burnout, estresse: 80,5% da amostra identifica a presença intensa desse fator.

E 55,5% ressaltam os sintomas de adoecimento: sentimentos negativos em relação a si mesmo e a vida em geral, por comportamentos de isolamento e dificuldades nas relações familiares e sociais e impactos sobre problemas físicos e psicossomáticos.

Apresentamos números de afastamentos alarmantes na categoria para os banqueiros, consequência de um cotidiano exaustivo de trabalho, com o enfrentamento de metas abusivas e assédio moral. Os bancos refutam a hipótese de que metas estão relacionadas ao adoecimento mental da categoria. Para eles "não existe comprovação científica" dos dados.

Nós provamos que o adoecimento mental dos bancários é maior que em outras categorias e queremos avançar no combate ao assédio moral.

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