O Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho será celebrado no próximo sábado, 27 de julho. A data relembra os 51 anos da criação das portarias nº 3.236 e 3.237, de 1972, que instituíram a obrigatoriedade da existência dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT) no Brasil.
A prevenção de acidentes e a saúde do trabalhador são temas centrais para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que constantemente dialoga com os bancos em busca de melhorias. No dia 25 de julho, esse tema estará novamente em pauta com a realização de uma mesa negocial específica com os banqueiros.
A mesa de 25 de julho integra as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2024. Na véspera, no dia 24, o movimento sindical bancário promoverá o Dia Nacional de Mobilizações - Menos Metas, Mais Saúde. As ações dessa data, que ocorrerão presencialmente nos locais de trabalho e também nas redes sociais, denunciarão o adoecimento da categoria como resultado da pressão pelo cumprimento de metas abusivas.
O Dia Nacional de Mobilizações #MenosMetasMaisSaúde será uma importante preparação para a mesa negocial do dia seguinte. Entre as principais reivindicações da categoria sobre o tema estão:
- Cumprimento da legislação na constituição das CIPAS, transparência e democratização nos processos eleitorais e formação em conjunto com os sindicatos;
- Combate ao assédio moral institucionalizado nos bancos;
- Diminuição do prazo de apuração das denúncias de assédio moral para 20 dias, com sigilo absoluto e participação dos sindicatos nas apurações;
- Que as metas sejam coletivas e definidas com a participação dos trabalhadores;
- Não considerar férias/feriados/licença médica para cumprimento de metas, reduzindo-se proporcionalmente as mesmas;
- Programas de atenção integral à saúde com foco na prevenção e tratamento de doenças epidêmicas;
- Fluxo de acolhimento para bancários adoecidos.
De acordo com Valeska Picovai, secretária de saúde e condições de trabalho do SP Bancários, os bancos são responsáveis por uma "epidemia" de doenças psicológicas e devem assumir essa responsabilidade. Justamente por isso, a negociação desta semana ganha ainda mais relevância.
"Os bancos precisam respeitar e acolher os trabalhadores que adoecem, orientando corretamente e dando o apoio necessário. As cobranças excessivas e o assédio moral não devem ser normalizados nos locais de trabalho, os bancos hoje são locais insalubres para se trabalhar."
Valeska Picovai
Realidade da categoria
O adoecimento em decorrência do trabalho ainda é uma constante na categoria bancária. As principais causas de adoecimento e de afastamento relacionados à atividade laboral são as LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e os problemas de saúde mental.
Em 2022, 21,1% de todos os acidentes de trabalho sofridos por bancários e reconhecidos pelo INSS foram relacionados com doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo, bem como 14,5% relacionados aos transtornos nervosos. Ou seja, cerca de 35% de todos os acidentes de trabalho bancário no Brasil ainda estão relacionados às LER/DORT.
No tocante à saúde mental, apenas no estado de São Paulo, que concentra a maior parte da categoria, 78,6% dos afastamentos de bancários foram por transtornos mentais e comportamentais reconhecidos como relacionados ao trabalho. Os dados são do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
"É fundamental termos um ambiente saudável de trabalho. Por isso, os trabalhadores devem denunciar o assédio moral e contar sempre com o apoio do Sindicato. Para isso, temos o nosso Canal de Denúncias e a secretaria de saúde sempre acessíveis para os bancários e as bancárias", afirma Valeska Picovai ao colocar o SP Bancários à disposição da categoria.
