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Chapéu
Artigo

O que representa a vitória da esquerda na França?

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Imagem de Neiva Ribeiro. Ela é uma mulher parda de cabelos negros e lisos e usa uma blusa azul escura

A Nova Frente Popular (NFP), coligação de partidos de esquerda, obteve o maior número de cadeiras no parlamento na França, no segundo turno das eleições legislativas no país, no último domingo 6.

Em uma reviravolta, a esquerda venceu eleições legislativas; a extrema direita ficou em 3º. O bloco de esquerda Nova Frente Popular atingiu 182 assentos, 168 da coalizão governista de centro e 143 da extrema direita. Nenhum partido obteve o mínimo de 289 votos para conquistar a maioria na Casa e terão de negociar para formar um novo governo. O líder da extrema direita, Jordan Bardella falou em "aliança da desonra" e disse que a França foi jogada nos braços da esquerda.

Além da articulação política, a derrota da extrema direita na França foi resultado da força nas ruas. A população francesa esteve unida contra os retrocessos e avanço do fascismo. Em novembro haverá eleição presidencial nos EUA com a presença de Trump, grande símbolo entre os conservadores radicais. Assim como no Brasil, na França e em outros países do globo será necessária muita mobilização da sociedade civil para frear o retrocesso.

O presidente Lula reforçou a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. O assessor especial para a política externa do governo brasileiro, Celso Amorim, comentou a vitória da esquerda francesa como um sinal de que “a extrema-direita não passará”: "Uma grande vitória (da esquerda francesa). Justamente com a vitória dos trabalhistas na Grã-Bretanha, abre-se o caminho da esquerda democrática na Europa. A extrema direita não passará. Grande exemplo para a América Latina."

Nos últimos anos, vemos o avanço da extrema direita na América Latina e Europa. Na Argentina, com a eleição de Javier Milei, ou na Argentina, com o avanço no número de assentos no Parlamento Europeu, os grupos ganham força com crises políticas e econômicas e apostam nas atitudes conservadoras, neoliberais e na repressão aos movimentos populares.

A defesa da democracia ainda se impõe como um dos principais desafios no mundo. É preciso união para combater o retrocesso, visando legitimar a luta contra o ideário da extrema direita, as desigualdades sociais, contra a discriminação de mulheres e negros nas relações de trabalho, contra o extermínio da população negra e pobres nas periferias, pela ampliação de direitos humanos fundamentais e pela democratização das políticas públicas.

No Brasil, tivemos uma campanha de ódio às forças de esquerda e os contínuos ataques feitos pela extrema direita às instituições democráticas durante o governo Bolsonaro e que culminaram com a tentativa de golpe em 8 de janeiro.

O fortalecimento da democracia representa priorizar ações em defesa da ampliação da proteção social, do combate à fome, à pobreza e à precarização do trabalho. Da mesma forma e com igual vigor, devemos continuar demandando do Estado a continuidade da política de valorização do salário mínimo, o desenvolvimento de políticas de proteção ao emprego, de valorização dos servidores públicos, de geração de empregos de qualidade, de ampliação de moradias para os trabalhadores(as), de mais investimento na rede pública de saúde e de educação, de fortalecimento da agricultura familiar, de defesa do meio ambiente, da transição justa e promoção de uma economia sustentável na Amazônia.

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