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Bancos reconhecem assédio moral

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A terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos terminou há pouco com uma vitória dos trabalhadores. Um mês após a assinatura da convenção coletiva será instalado um grupo de trabalho para estudar a questão do assédio moral, a que os banqueiros chamam de grupo de prevenção coletiva de conflitos no ambiente de trabalho. O grupo terá 180 dias para apresentar os resultados e iniciar a implementação de mudanças que alterem as condições que propiciam o assédio moral.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, pela primeira vez os banqueiros reconhecem que há problemas nos locais de trabalho e que eles precisam ser sanados. “Foi um longo processo, fizemos muitas denúncias, mas graças aos trabalhadores que não se intimidaram, finalmente vamos começar a alterar essa absurda situação”, avalia Marcolino.

Outro avanço foi a reativação das mesas de saúde e de segurança bancária. A primeira rodada de negociação sobre saúde acontece no próximo dia 13. A de segurança bancária, tão logo encerrada a campanha salarial. Essas mesas vão debater questões referentes à condição de trabalho. Por exemplo, as dificuldades dos bancários que adoecem após um assalto ou que são obrigados a transportar dinheiro ou a chave do cofre do banco.

Próximo rodada – A nova rodada de negociação deve acontecer na próxima semana, data e local ainda serão definidos. Os representantes da Fenaban comprometeram-se a trazer para a mesa propostas para as cláusulas econômicas da minuta de reivindicações. Os bancários querem aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação, e PLR de 5% do lucro líquido linear, mais um salário acrescido de R$ 1.500.

“Não abrimos mão de aumento real e PLR maior”, avisa o presidente do Sindicato. E explica por que: a projeção de crescimento dos bancos para 2006 é de 40%. Se pagarem a regra básica reivindicada – um salário mais R$ 1.500 –, os bancos gastarão praticamente o mesmo que gastaram em 2005 para pagar a PLR dos funcionários (quando a regra foi 80% do salário mais R$ 800). “Isso acontece porque a regra está atrelada ao crescimento do reajuste salarial, enquanto o lucro dos bancos cresce muito mais que isso.”, explica Marcolino. “Por isso esperamos que na próxima rodada os banqueiros apresentem não só uma proposta, mas um índice decente”, completa o dirigente.

No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 110 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A data-base da categoria é 1º de setembro.
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