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Na véspera de entregar a pauta de reivindicações à Federação dos Bancos (Fenaban), os bancários lançaram nesta terça-feira, dia 12 de agosto, a Campanha Nacional dos Bancários 2008 em São Paulo, com atividade teatral.
No ringue, montado na Praça do Patriarca, região central da capital paulista, lutadores oficiais de luta livre, seguidos por atores interpretando banqueiros e bancários apresentaram de forma lúdica a pauta de reivindicações da categoria.
No ato, os bancários conseguiram dar golpes poderosos e venceram a luta em prol do aumento real de salários, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior,
valorização dos pisos, criação de Plano de Cargos e Salários (PCS) e pelo fim do assédio moral. Neste ano a campanha tem como mote: Não Chora Banqueiro. Você é Quem Mais Ganha Nesse País. Agora é Nossa Vez.
"Nos últimos dias vimos a divulgação do lucro dos bancos, que segue trajetória de alta. Os resultados foram puxados pelo crédito, serviço diretamente ligado ao do bancário. Hoje desenvolvemos atividade lúdica, agora vamos à mesa de negociação com objetivos claros: queremos aumento real, PLR maior, valorização dos pisos, além do fim do assédio moral, que adoece a categoria. Se os banqueiros desrespeitarem o processo negocial, vamos à greve", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Negociação - Na quarta-feira, dia 13, o Comando Nacional dos Bancários entregue a pauta de reivindicações à Federação dos Bancos (Fenaban), às 12h30 na sede entidade empresarial (Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1.485, Torre Norte, 13º andar).
Veja as principais reivindicações
Índice – reajuste de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real)
Vale-alimentação – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)
Vale-refeição – R$ 17,50 por dia
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto, nem limitador.
Auxílio-creche – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)
Pisos salariais – aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.
Plano de Cargos e Salários (PCS) – formulação de um PCS para todos. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la.
Para cada cargo e função, o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
Fim da metas abusivas – Os bancários querem interferir nas metas que estão na base da gestão do sistema financeiro. As metas passarão a ser definidas com o movimento sindical, a partir do local de trabalho – agências ou departamentos – e levando em consideração a região, o porte das agências, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local. Devem ser obrigatoriamente coletivas e não individuais, considerando a região e número de clientes. Deve ocorrer a redução das metas quando houver a diminuição de trabalhadores.
Contratação de remuneração total – Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
Novas conquistas – Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada.
Emprego - Ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes.
Segurança - Instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias já no auto-atendimento; pagamento de adicional de risco de vida no valor de 40% do salário para funcionários de agências e PABs.
Reivindicações Políticas
Defesa dos bancos públicos
Ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola
Redução da taxa de juros
Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal (que estabelece o papel do sistema financeiro no país)