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“Os bancos devem muito aos bancários e à sociedade brasileira. Que setor tem rentabilidade média de 20% ao ano? Com lucro líquido de bilhões de reais eles têm de dividir esses resultados, pagando melhores salários, PLR e tíquetes com valores maiores, contratando mais funcionários para melhorar as condições de trabalho e de atendimento à população. Esperamos que os bancos apresentem uma boa proposta e venham com disposição para resolver a campanha na mesa de negociação”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.
Balanço – As primeiras negociações aconteceram nos dias 7, 8 e 15 de agosto, discutindo os temas emprego, saúde e condições de trabalho. A categoria bancária apresentou reivindicações como a ampliação das contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho, o fim da rotatividade e das terceirizações, além da aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada) e fim das metas abusivas. Na mesa de negociação, a Fenaban disse que alguns bancos passam por “ajustes” e a redução dos postos de trabalho seria uma “prática normal de mercado”. Não houve negociação nessas áreas e o Sindicato vai insistir para que esses itens avancem. De acordo com dados do Caged, no primeiro semestre do ano houve diminuição da geração de emprego em 80,4%, em relação ao mesmo período de 2011.
Nesta terça-feira (21), o tema discutido foi segurança. A categoria reivindica que as agências tenham portas de segurança obrigatórias, biombos entre os caixas e a fila de espera, câmeras de filmagem nas áreas internas e externas, proibição da guarda das chaves e de transporte de valores pelos bancários. Diante da persistente recusa das instituições, em adotar essas e outras medidas para aumentar a segurança de trabalhadores e clientes, o Comando Nacional dos Bancários fez uma proposta diferente: implantar projeto piloto em alguma região do país para ver como se desenvolve e comprovar a efetividade dessas ações.
Os representantes da Fenaban aceitaram levar a proposta às direções das instituições e dar uma resposta, antes do fim da Campanha Nacional Unificada 2012 sobre a viabilidade do projeto piloto.
“Nosso projeto propõe a instalação de quarto itens: portas de segurança, biombos, monitoramento interno e externo e a proibição dos bancarios portarem as chaves do cofre. Sabemos que essas medidas são eficazes, mas os bancos têm dúvida. Temos oportunidade de comprovar e buscar as melhores medidas pela preservação da vida de trabalhadores e clientes”, explica Juvandia Moreira.
Outro tema discutido nesta terça-feira foi a igualdade de oportunidades. A diferença salarial entre homens e mulheres no setor bancário brasileiro é grande e vem crescendo nas últimas décadas. Em 1994, de acordo com dados da RAIS/Ministério do Trabalho, as mulheres bancárias tinham remuneração média 21% inferior a dos homens. Os últimos anos 2010 revelam que a diferença aumentou para 24%. Não houve avanços nessa área na mesa de negociação.
CCT – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. A data base dos bancários é 1º de setembro.
Dados da Categoria – São quase 500 mil bancários no país, sendo 138 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Nos últimos oito anos, a categoria conseguiu aumento real - acumulado entre 2004 e 2011 - de 13, 93%: sendo 2009 (1,49%); 2010 (3,08%) e 2011 (1,50%).
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA 2012:
• Reajuste Salarial de 10,25%, sendo – 5% de aumento real, além da inflação projetada de 5%
• PLR – três salários mais R$ 4.961,25
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38)
• Vales Alimentação e Refeição – Salário Mínimo Nacional (R$ 622)
• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) – Para todos os bancários
• Auxílio-educação – pagamento para graduação e pós
• Emprego – Ampliação das contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
• Cumprimento da jornada de 6 horas
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Mais segurança nas agências bancárias, como a instalação das portas de segurança
• Previdência complementar para todos os trabalhadores
• Contratação da remuneração total
• Igualdade de oportunidades
Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
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