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Mais Médicos: só 6% da demanda atendida

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Primeira rodada do programa foi direcionada exclusivamente para brasileiros ou que já têm autorização para atuar no país. Apenas 11% dos municípios foram atendidos
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Brasília – Apenas 938 dos 16.530 médicos inscritos na primeira rodada do Programa Mais Médicos confirmaram participação. O número equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos. Os profissionais vão atender a regiões carentes de 404 cidades.

Em uma tentativa de aumentar o número de confirmações, o Ministério da Saúde prorrogou até a meia-noite de quinta-feira 8 o prazo para a homologação e escolha de municípios para os inscritos com diploma brasileiro. Os profissionais começam a trabalhar em setembro.

Os 1.920 médicos com diploma estrangeiro que também se inscreveram têm até a quinta-feira 8 para completar o cadastro. Dia 15 de agosto o programa vai abrir uma nova etapa de inscrições para municípios e médicos.

“Corporativismo” – O presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, afirmou que houve fraude nas inscrições e que “imperou o sentido corporativista das entidades”.

Originalmente, o Mais Médicos era voltado apenas aos médicos estrangeiros, mas a forte pressão contrária das entidades médicas fez o governo mudar o programa e defender a prioridade aos médicos nacionais. Lançado em 8 de julho por medida provisória, tem como uma das metas levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil.

O Ministério da Saúde recebeu denúncias de que grupos estavam se organizando para boicotar o programa e pediu que a Polícia Federal investigasse o caso. Mais de 6 mil inscritos deixaram o número do registro profissional em branco. Outros 171 colocaram traços ou zeros nos espaços e muitos colocaram números inconsistentes.

Dados – Apenas 11% dos municípios que aderiram ao Mais Médicos vão receber profissionais nesta etapa. A demanda atendida na Região Norte é 8,1%, no Nordeste, 7,7%. Sul e Sudeste tiveram cerca de 4% e Centro-Oeste terá 9% da sua demanda atendida.

Ao todo, 51% dos profissionais vão atender em periferias de capitais e de regiões metropolitanas. Os demais vão atuar em municípios do interior de alta vulnerabilidade social.

Dos 404 municípios que vão receber médicos, 213 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões metropolitanas, 24 são capitais. Foram atendidos ainda 16 distritos sanitários indígenas (Dsei). Mais de 2 mil municípios não atraíram o interesse dos profissionais, 782 em regiões prioritárias.

Os municípios têm até 25 de agosto para indicar ao Ministério da Saúde como será feito o deslocamento do profissional e qual será a moradia oferecida ou se vai optar por pagar auxílio-moradia. Além de ajuda de custo, para compensar eventuais despesas de instalação, o médico receberá também auxílio do município para alimentação.


Aline Leal, da Agência Brasil, com edição da Redação – 6/8/2013

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