São Paulo – Assessores operacionais, que auxiliam os gerentes do segmento de empresas, estão se sentindo lesados e preocupados com a informação de que o Itaú irá acabar com o cargo, que abrange cerca de mil trabalhadores em todo o país.
De acordo com o departamento de Relações Sindicais da instituição financeira, a extinção não ocorrerá de forma repentina e parte do contingente será reaproveitado na área comercial, operacional e no BBA – braço de atacado, tesouraria e investimentos institucionais do conglomerado.
“As atividades continuam e por isso não faremos nenhum movimento de esvaziamento de forma repentina”, informa funcionário da área de Relações Sindicais.
Entretanto, os trabalhadores já demonstram insatisfação: “Disseram que vamos ter que procurar outro cargo ou ser um assistente de gerente. Estamos sem saber o que fazer”, relata uma assessora.
Já prejudicados – No segmento de atendimento a empresas nas agências, o Itaú mantém os cargos de assessores operacionais dos chamados EMP 3 e EMP 4. Segundo a dirigente sindical Valeska Pincovai, o EMP 3 continua a ter um espaço reservado para o atendimento a pessoas jurídicas, mas o pessoal do EMP 4 – tanto assessores quanto gerentes – foi transferido para a alçada do varejo, sofrendo prejuízos.
“É do EMP 4 que vêm as denúncias de que há redução no valor da participação nos resultados (PR), corte de telefone celular e cobrança agressiva por metas”, afirma Valeska.
Um gerente da área denuncia que, com sua transferência para a diretoria de pessoa física, o banco fez sua participação nos resultados diminuir: “Recebi 1/3 da minha penúltima PR, um absurdo”, revolta-se.
Outras mudanças deixam os bancários insatisfeitos, como o pagamento do combustível, que será por quilômetro rodado (antes era fornecido vale combustível num valor mensal). Há ainda denúncias de que a cobrança abusiva por metas prevê implicitamente expedientes antiéticos, como troca de pacotes para cobrança de mais tarifas sem que os clientes saibam.
“E ainda há receio de cortes. O Itaú lucrou R$ 9,5 bilhões em seis meses, com demissões. É um lucro estratosférico para que ainda haja redução de postos de trabalho. Enquanto isso, os trabalhadores estão sobrecarregados com metas abusivas, que também prejudicam os clientes”, critica Valeska, que completa: “É preciso mudar essa história”.
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Mariana Castro Alves – 15/8/2014
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