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Osasco recebe a Campanha Nacional 2014

Linha fina
Cidade que abriga a sede do Bradesco recebe com apoio mobilização dos bancários por melhores condições de trabalho, valorização por meio de aumento real de salário e distribuição mais justa do lucro dos bancos
Imagem Destaque

São Paulo – A grande peleja do bem contra o mal no setor financeiro em 2014 teve sua estreia em Osasco. Foi lançada nesta segunda-feira 18 a Campanha Nacional dos bancários deste ano, na cidade de 650 mil habitantes localizada na região metropolitana de São Paulo. O município é nevrálgico para a categoria porque abriga a sede do Bradesco, onde trabalham cerca de 10 mil funcionários.

> Fotos: galeria do lançamento em Osasco
> Vídeo: matéria especial sobre a "estreia"

E foi em frente ao megacomplexo que a campanha teve início na cidade. Com o mote Bancos em 3D: demitem, desrespeitam, deprimem. Vamos mudar essa história, o movimento deste ano pretende chamar a atenção da sociedade para os problemas da categoria abordando o universo cinematográfico.

No local a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, fez questão de anunciar a recente vitória judicial do Sindicato que garante aos aposentados do Bradesco o plano de saúde nos mesmos moldes de quando trabalhavam no banco.

“A Justiça entendeu que eles têm direito ao plano de saúde. Nada mais justo. É uma conquista importante. Ainda cabe recurso, esperamos que o banco não recorra, mas vamos continuar acompanhando a questão.”

Vilões e heróis de filmes consagrados encenaram a luta de classes entre banqueiros e bancários. Os primeiros representados por Bank Vader – alusão ao famoso personagem da série Guerra nas Estrelas, Darth Vader. Para fazer frente ao lado obscuro da força financeira, entraram em cena os bancários Jedis e sua resistência descomunal contra os abusos e desrespeitos diários, como a sobrecarga de trabalho, a demissão e a pressão para o cumprimento de metas desumanas.

Na outra frente, em uma menção à famosa franquia dos anos 1980, Ghost Busters, os Caça Fantasmas, os assédio busters exorcizaram a assombração do assédio moral. Os confrontos, assim como a passeata, foram embalados pelo contagiante batuque da bateria da escola de samba Tom Maior.

No começo da tarde, a campanha percorreu as ruas do movimentado centro da cidade, onde ganhou a simpatia e o apoio da população.

"Os bancários têm todo o direito de cobrar seus direitos", afirmou a auxiliar de vendas Carla Mattos de Alencar. "Não sou bancária, mas entendo como é. Agora trabalho como correspondente bancária e minha vida só piorou na loja. Fico preocupada se falta dinheiro no caixa no final do dia, sem contar a insegurança no local, que já foi assaltado três vezes. Os bancários tem meu apoio".

Os bancários lotados na cidade também abraçaram e se identificaram com o mote da campanha. "Se eu fosse contar minha rotina no banco como um filme, seria Missão Impossível", revelou uma funcionária do Bradesco. "Cada dia está mais difícil bater as metas. Queremos acabar com estas malditas metas e com o assédio moral. Nós não precisamos disso porque damos conta do nosso trabalho", desabafou.

A mesma bancária afirmou que se desdobrará para engrossar o movimento. "Apoio a campanha, mas aqui fica difícil eu tomar frente sozinha. Tive LER e voltei há pouco tempo. Meu supervisor fica de olho em mim, mas sempre que posso, participo."

Os bancários lutam pela valorização por meio de aumento real nos salários e verbas e de distribuição dos lucros mais justa; combate ao assédio moral e a pressão por metas que geram adoecimento; fim das demissões que prejudicam famílias e geram sobrecarga.


Redação – 18/8/2014

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