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Salário no Brasil cresce o dobro da média mundial

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Desde 2003 piso oficial teve ganho real de 72,3%; valorização contribuiu para melhorar qualidade de vida do trabalhador, segundo relatório da OIT
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São Paulo – Entre 2009 e 2011 a média anual de crescimento do salário real no Brasil quase dobrou em relação à média mundial. Enquanto no mundo os ganhos dos trabalhadores cresceram 1,5% no período, no Brasil os níveis atingiram 3,2%.  Os dados são do Relatório Global sobre os Salários 2012/13, da Organização Mundial do Trabalho (OIT).

“Quando os salários aumentam em consonância com o crescimento da produtividade, esses aumentos são ambos sustentáveis e estimulam maior crescimento econômico face ao aumento do poder de compra das famílias”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, ao divulgar o relatório na terça-feira 5.

Mínimo – Segundo a OIT, o aumento real do salário mínimo tem contribuído para esse resultado e para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador brasileiro desde 2003, beneficiando diretamente cerca de 48 milhões de pessoas.

Daquele ano até 2011, descontada a inflação, o valor piso oficial do país teve crescimento real de 72,31%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O relatório da organização aponta que a manutenção do crescimento dos salários no Brasil se deve às políticas de valorização do mínimo e ao ganho de produtividade no mercado.

Essa política de valorização começou a ser elaborada em 2006 e se consolidou a partir de 2011, quando ficou definido que o salário mínimo do trabalhador brasileiro seria reajustado até 2015, com base na Lei n° 12.382/11. Pela regra, a cada ano, o aumento corresponde à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado, mais a inflação do ano anterior medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Negociações coletivas – O ganho também impulsionou os proventos obtidos pelos trabalhadores de diversas categorias, nas negociações com os empregadores no ano passado.

Segundo o Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2013, do Dieese, o valor médio dos pisos salariais foi cerca de 9% maior, em termos nominais, que o valor médio observado nas mesmas unidades de negociação em 2012.

Redução da pobreza – A OIT também destaca a valorização do salário mínimo como instrumento para a redução da pobreza. No Brasil, um salário mínimo mais forte é uma das medidas mais citadas para explicar a redução da pobreza, diz trecho do relatório “2003 – Reparando o tecido econômico e social”.

O documento destacou o crescimento de 16% da classe média entre 1999 e 2010. Segundo a OIT, isso ocorreu devido ao fortalecimento do salário mínimo, entre outras ações.

Para o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, nos últimos anos a renda dos 5% mais pobres cresceu 5,3 vezes maior que a dos 5% mais ricos.

O poder de compra do salário mínimo é calculado pelo Dieese de acordo com os produtos da cesta básica. Atualmente, essa relação é a maior desde 1979. Os produtos que compõem a cesta e suas respectivas quantidades mensais são diferentes por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938, que continua em vigor.


Redação, com informações da CUT – 8/8/2014

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